Com Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima, Famke Janssen
James Mangold não será propriamente conhecido pelas fitas de ação que dirigiu no passado. Na verdade, a fita com que mais se destacou recentemente foi “Walk the Line”, um drama musical sobre a vida conturbada de Johnny Cash, que valeu o Óscar de Melhor Atriz a uma improvável (mas igualmente surpreendente) Reese Witherspoon. De qualquer forma, Darren Aronofsky era a escolha original dos estúdios Marvel/Fox para realizar esta película de reaparição do Wolverine, quiçá a mais mítica e adorada personagem do universo X-Men. E como Aronofsky também está longe de ser sinónimo de blockbuster, depressa compreendemos que os estúdios nunca quiseram um realizador óbvio para dirigir esta aventura, o que torna a nomeação de Mangold mais natural. Antes de mais nada, será importante referir que “The Wolverine” fica muito aquém das expectativas. Por tudo o que se tinha ouvido dizer acerca do argumento supostamente brilhante e pela promessa de que este seria o filme que finalmente faria justiça à grandeza do Wolverine, temos que admitir que a desilusão é enorme. De brilhante o argumento pouco ou nada tem, sendo bastante confuso e muito pouco convincente; e para além do próprio Wolverine consistentemente interpretado por Hugh Jackman, mais nenhuma personagem se revela digna de um blockbuster com elevadas ambições, condenando “The Wolverine” a uma vulgaridade repugnante.
A aventura começa com o herói vibrante enjaulado numa prisão subterrânea, em plena Nagasaki da 2ª guerra mundial. As tropas americanas atacam o território japonês com toda a ferocidade e só mesmo Logan (Jackman) consegue sobreviver graças aos seus incríveis poderes de regeneração. Bem, na verdade não é só Logan que sobrevive. Um soldado nipónico com quem Logan simpatiza é resgatado no último segundo pelo mutante musculado, safando-se também de uma morte certa. Mais de meio século depois, já após os eventos que levaram à morte de Jean Grey (Famke Janssen) e à fragmentação da equipa X-Men, Logan recebe um convite de uma misteriosa rapariga japonesa para dar uma pausa ao seu exílio e viajar com ela para Tóquio, onde o soldado japonês cuja vida salvou em Nagasaki o espera com impaciência. Relutante, Logan aceita o convite, mas longe está de imaginar a carga de trabalhos em que está prestes a meter-se…
Hugh Jackman está brilhante na pele de Logan/Wolverine, encaixando-se como uma luva na psique atormentada do guerreiro feroz e causando o impacto desejado sempre que mostra as garras para combater, em sequências de ação onde o seu físico sozinho é capaz de impor respeito ao mais temível dos adversários. Não é, portanto, por aqui que “The Wolverine” falha, nem se esperava que assim fosse. O grande problema é que mais nada funciona verdadeiramente, desde um arco narrativo previsível e incongruente até um grupo de personagens secundárias que está a milhas do carisma e da veracidade do herói. Falta profundidade a esta história. Profundidade e até mesmo bom senso, já que certos twists narrativos não abonam a favor da película. Os vilões de serviço não convencem verdadeiramente e a história de amor entre Logan e a jovem nipónica é algo sofrível. Algumas sequências de ação são de cortar a respiração e alguns (poucos) momentos de comic relief são como que uma lufada de ar fresco que desanuvia o ambiente, mas no geral “The Wolverine” é fraco demais, principalmente tendo em conta o que se esperava dele. A cultura nipónica foi mal aproveitada e isso reflete-se no resultado final negativo. Ainda não foi desta que o Wolverine teve um filme à altura da sua reputação, mas pelo menos fica o gosto de ver Hugh Jackman a mandar capangas pelo ar como se estes fossem meras bolas de algodão.
Classificação – 2 Estrelas em 5
7 Comentários
Esta é definitivamente uma das críticas mais absurdas que alguma vez li.Já vi o The Wolverine e devo dizer que gostei bastante,pois é claramente superior ao filme que o antecedeu.São aproximadamente duas horas de bom entretenimento e é isso que o cinema é acima de tudo:entretenimento!
ResponderEliminarPara quem ainda não viu,aconselho a permanecerem na sala após os créditos finais,pois há uma cena adicional que serve de antecipação ao próximo filme X-Men que estreia no próximo ano.
Esta é apenas a minha humilde opinião e vale o que vale.Mas vendo bem as coisas também a opinião do crítico vale o que vale e felizmente pouco ou nenhum dano causará no sucesso que o filme obtém em resultados de bilheteira!
Concordo !
EliminarLamento informar te de quem sejas mas se para ti o cinema é acima de tudo entretenimento então é porque nunca viste um filme que não fosse só para comer pipocas, e não posso concordar mais com esta crítica e nota.
ResponderEliminarHoje em dia como estão habituados aos filmes comerciais versão americana já nem sabem o que significa o cinema, mas eu posso ensinar te que esta 7ª Arte não serve só para entretenimento, essa característica é apenas complementar, porque o cinema é muito mais do que isso, trata-se de transmitir pensamentos, ideias, cultura, sonhos, mensagens das formas mais magnificas possíveis, através de histórias compostas por imagens bandas sonoras e representações e muita mais magia. O CINEMA DE CULTO não é entretenimento, tu não entendes isso porque definitivamente confundes cinema de culto com cinema pa comer pipocas. Mas gostos nao se discutem.
The Wolverine é fraco demais???
ResponderEliminarArgumento bastante confuso e muito pouco convincente???
Achei que o argumento era de fácil compreensão mas talvez não tenhamos ambos visto o mesmo filme.Até concordaria com esta critica se ela se referisse ao X-Men Origins:Wolverine...
Enfim,criticas nacionais!
@FRANCISCO
ResponderEliminarAhhh...faltava aqui o Chico-espertismo.
É errado partir-se do pressuposto de que pelo facto de se gostar de alguns filmes pipoca(alguns,não todos),nunca se viu filmes de outro género com mais profundidade e muitas vezes com valor intelectual.É errado e de certa forma arrogante.Mas como disse no meu primeiro comentário,o cinema é acima de tudo entretenimento e nisto penso que todos estarão de acordo.Há momentos na vida em que apenas procuramos divertimento e não necessariamente obras de reflexão.O The Wolverine é uma obra de divertimento garantido!
Concordas com esta crítica e nota.Respeito mas não partilho da mesma opinião e considero a crítica injusta,pois este filme é claramente superior ao primeiro e tem os seus méritos.Esta é a minha opinião e gostos até se podem discutir mas não se impõem.
Não me conheces e por isso assumir que nunca vi um filme que não fosse de pipocas,que só vejo filmes comerciais,que não entendo o que é cinema e que não sei diferenciar um filme de culto de filmes pipocas,etc,é claramente um erro que cometes.E meu amigo...O CINEMA DE CULTO TAMBÉM É ENTRETENIMENTO e nem tu nem ninguém é o supra sumo no que toca a apreciar cinema!
Para finalizar e se é que isto significa alguma coisa,sou totalmente contra o consumo de pipocas nas salas de cinema!
Peço desculpa se transmiti arrogância, não era essa a minha intenção, penso que intrepertei da maneira errada o primeiro comentário. Pois é verdade que este filme está melhor que os anteriores e esta critica tambem poderia apontar mais aspectos positivos do que negativos e que wolverine até é um bom filme para entreter.
ResponderEliminarO meu comentário não era dirigido a si no particular, tendo em conta que publica em anónimo o meu comentário era mais dirigido às pessoas que no geral apenas preferem ver estes filmes "pipoca" e que não apreciam o que melhor o cinema, a 7ªArte tem para nos oferecer.
E peço desculpa pois é verdade que não o conheco e assumi em erro algo que não sei.
Mas sou também o jovem apaixonado pelo cinema que está disposto aprender e é tambem com os erros que aprendemos, eu ja aprendi com este hehe.
Só existem duas palavras para descrever este filme:
ResponderEliminarConfuso
Medíocre
De resto, nem é entretenimento puro como por exemplo um Pacific Rim, nem um filme interessante, como X-Men origens. Muito confuso, com Hugh Jackman a ser o único que se destaca no meio de tanta mediocridade. Mau demais para um Wolverine.