Os Blockbusters de Maio, Junho e Julho – Rescaldo

A época dos Blockbusters está quase a entrar na sua fase decisiva, já que será em Agosto que o maior número de blockbusters estreará em Portugal. Entre 1 e 31 de Agosto vão ser lançados no nosso país vários filmes de peso comercial, como “Os Smurfs 2”; “O Mascarilha”/ “The Lone Ranger”; “Red 2”; “Aviões”/ Planes”; “Elysium”; “Percy Jackson e o Mar dos Monstros”/ “Percy Jackson: Sea of Monsters”; “Jobs”; “Dá & Leva”/”Pain & Gain”; “Kick-Ass 2”; “Os Instrumentos Mortais Cidade dos Ossos”/ “The Mortal Instruments: City of Bones” e até o blockbuster nacional “RPG”. Para trás ficaram as estreias de outros filmes de vulto comercial em Maio, Junho e Julho. Entre estas estreias destacam-se algumas óbvias surpresas, algumas inesperadas desilusões e algumas confirmações esperadas mas, no cômputo geral, já é possível assegurar que nenhum desses blockbusters conseguiu superar as performances nacionais que “Os Vingadores”/ “The Avengers” e “O Cavaleiro das Trevas Renasce”/ “The Dark Knight Rises” tiveram em 2012. O texto que segue apresenta a súmula do rescaldo da Época dos Blockbusters até Julho, tendo em conta a qualidade dos blockbusters como filme e as suas performances nas bilheteiras nacionais.

   
Os Melhores 

O remake de “Evil Dead”, de Fede Alvarez (CRÍTICA), é, simultaneamente, um dos principais filmes de terror do ano e um dos grandes blockbusters desta época. Eram poucas as pessoas que pensavam que deste remake poderia sair um bom produto, mas Fede Alvarez provou o contrário e criou um grande remake cheio de sequências deliciosamente sangrentas e macabras que fazem justiça à fama e ao sucesso do produto original. A sua performance nas bilheteiras nacionais não foi lá muito famosa, mas o seu valor cinematográfico é indiscutível e é por isso que, para mim, este remake é uma das grandes surpresas do ano mas, sobretudo, um dos melhores blockbusters deste Verão. A par de “Evil Dead”, “Star Trek Into Darkness”/ “Star Trek – Além das Escuridão”, de J.J. Abrams (CRÍTICA), também merece ser considerado um dos melhores blockbusters do ano. O seu desempenho comercial em Portugal ficou muito abaixo das expetativas, mas a qualidade desta sequela de “Star Trek” confirmou as expetativas e catapultou-a para o topo da lista dos bons filmes que, até ao momento, marcaram esta época veraneante.

   
As Surpresas 

O thriller de ilusionismo “Now You See Me”/ “Mestres de Ilusão”, de Louis Leterrier (CRÍTICA), conseguiu reunir o consenso do público em todas as vertentes, já que para além de estar entre os blockbusters que mais dinheiro faturaram nas bilheteiras nacionais entre Maio e Julho de 2013, também se distinguiu como um produto bem cativante que oferece ao espetador uma história surpreendente que é competentemente interpretada por um elenco cheio de estrelas. Este sucesso em todos os campos não deixa de ser surpreendente para um filme que, inicialmente, era apontado como um dos possíveis grandes desastres do ano, tal como “World War Z”/ “WWZ – Guerra Mundial”, de Marc Forster (CRÍTICA), cuja história de sucesso é ainda mais surpreendente que a de “Mestres de Ilusão”, porque “WWZ – Guerra Mundial” tornou-se num sucesso global de bilheteiras, muito embora o seu processo de criação e desenvolvimento tenha sido afetado por muitos problemas criativos e burocráticos que se materializaram num filme cheio de falhas e erros (VER FALHAS) que, apesar de todos os seus crassos problemas de base, até consegue entreter o público com uma história parva mas estranhamente envolvente.

 
As Confirmações 

Já se esperava pouco da comédia “Os Estagiários”/ “The Internship”, de Shwan Levy (CRÍTICA), e do filme de ação “Assalto à Casa Branca/ “Olympus Has Fallen”, de Antoine Fuqua (CRÍTICA), por isso foi agradável verificar que ambos os filmes confirmaram as expetativas iniciais e não desiludiram a nível comercial. É claro que “Os Estagiários” é mais positivo e competente, mas “Assalto à Casa Branca” também cumpre tudo aquilo que promete com a sua trama cheia de ação. Infelizmente, “The Wolverine” não é tão atrativo como “X-Men: O Inicio”/ “X-Men: First Class”, mas ainda bem que é muito superior a “X-Men Origens: Wolverine”/ “X-Men Origins: Wolverine”, que na altura desiludiu bastante os fãs de “X-Men” com a ausência de intensos momentos de ação e uma trama isenta de interesse. Esta continuação já não tem tantos erros e é muito mais cativante para os fãs, mas é claro que está bem distante da perfeição e do filme que esperaríamos encontrar nesta fase, ou seja, entre os lançamentos de “X-Men: O Inicio” e “X-Men: Days Of Future Past”.

   
As Desilusões 

A grande desilusão deste ano até agora tem que ser “Batalha do Pacífico”/“Pacific Rim” (CRÍTICA), o novo filme de Guillermo del Toro, que está perto de se tornar no maior flop comercial global deste ano, já que o seu desempenho nas bilheteiras mundiais tem ficado muito aquém das expetativas da Warner, que certamente não esperava que o público reagisse tão mal a este blockbuster robótico, que mais se assemelha a um parente pobre de “Transformers”. O drama “O Grande Gatsby”/ “The Great Gatby”, de Baz Luhrmann (CRÍTICA), tem praticamente o mesmo problema de “Batalha do Pacifico”, já que também é composto por uma componente técnica muito interessante que, infelizmente, é acompanhada por um guião que não apresenta uma qualidade equivalente. Não quero com isto dizer que “O Grande Gatsby” é tão mau como “Batalha do Pacífico”, porque este filme de Baz Luhrmann é superior em todos os aspetos, mas ambos partilham o mesmo problema e isso refletiu-se na opinião do público, que esperava encontrar em “O Grande Gatsby” um candidato aos Óscares e não uma mediana adaptação cinematográfica do homónimo clássico literário de F. Scott Fitzgerald. No grupo das desilusões tenho também que incluir “Homem de Aço”/ “Man of Steel”, de Zack Snyder (CRÍTICA). Este blockbuster até tem tido uma campanha comercial razoável (embora muito longe das previsões iniciais do estúdio) e não é de todo um filme mau ou cheio de falhas, mas acho que todos nós esperávamos um bocadinho mais desta mega-produção, que prometia ser o sucessor lógico da trilogia “Batman”, de Christopher Nolan. Esta previsão não se concretizou e “Homem de Aço” acabou por ser rotulado como mais um filme de super-heróis, que embora entretenha o público e não tenha grandes falhas técnicas ou narrativas, não se consegue destacar dentro do género.

   
Os Piores 

Curiosamente, “Velocidade Furiosa 6”/ “Fast & Furious 6”, de Justin Lin (CRÍTICA), e “A Ressaca Parte III”/ “The Hangover Part III”, de Todd Phillips (CRÍTICA), são, para já, os líderes do Box-Office do Verão de 2013 em Portugal, mas são também dois dos piores filmes que estrearam este ano nas nossas salas de cinema durante esta época. Podem até ser comprovados sucessos comerciais, mas ninguém livra “Velocidade Furiosa 6” e “A Ressaca Parte III” de serem considerados dois dos produtos cinematográficos mais patéticos e prescindíveis deste ano, não só porque não têm um pingo de qualidade, mas também porque não acrescentam nada de produtivo aos seus respetivos franchises. Por muito maus que “Velocidade Furiosa 6” e “A Ressaca Parte III” sejam, “Depois da Terra”/ “After Earth”, de M. Night Shyamalan (CRÍTICA), e “Miudos e Graúdos 2”/” Grown Ups 2”, de Dennis Dugan, são muito piores. O primeiro confirma a tendência negativa de M. Night Shyamalan e destaca-se como mais uma longa-metragem oca e mal feita deste outrora promissor cineasta, já “Miúdos e Graúdos 2” salta à vista como uma comédia ainda menos engraçada e competente que o seu antecessor que, por sinal, também é péssimo.

   
As Animações 

A nível de animações, Portugal não ficou mal servido com “Epic” (CRÍTICA), “Turbo” (CRÍTICA), “Monstros: A Universidade” (CRÍTICA) e “Gru – O Mal Disposto 2" (CRÍTICA) que, para além de terem alcançado algum sucesso nas bilheteiras nacionais, conseguiram ainda cumprir a sua função principal de oferecer aos mais novos um entretenimento de qualidade acima da média, muito embora alguns sejam mais interessantes e divertidos que outros.

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