Pérolas Indie - Emperor (2013)

Realizado por Peter Webber 
Com Matthew Fox, Tommy Lee Jones 
Género - Guerra

Sinopse – Baseado no romance “His Majesty's Salvation”, de Shiro Okamoto. Enquanto detentor do poder real sobre uma potência estrangeira, o General Douglas MacArthur (Tommy Lee Jones) designa o General Bonner Fellers (Matthew Fox), um perito em cultura japonesa e em inteligência militar, para secretamente encontrar uma resposta à questão para paira sobre o país: deverá o Imperador Japonês, adorado pelo seu povo, ser salvo ou castigado por crimes de guerra? Dividido entre a precária situação política da sua urgente missão e uma demanda pessoal que o leva a tentar encontrar uma professora primária, o verdadeiro motivo que o levou ao Japão, Fellers apenas tem uma certeza: a de que as movimentações que se desenrolam à sua volta irão mudar, para sempre, o seu coração e a história entre duas nações. 

Crítica – A história real que está na base de “Emperor” é, muito provavelmente, uma das mais invulgares da 2ª Guerra Mundial, sendo por isso uma das mais interessantes. Esta sua adaptação ao grande ecrã é bastante agradável mas está longe de ser estupenda, porque quem conhece bem os factos verídicos que rodearam a complexa relação entre os Estados Unidos da América e o Japão após o final da 2ª Guerra Mundial, apercebe-se facilmente que os criadores desta obra não aproveitaram ao máximo todas as impressionantes e surpreendentes intrigas militares e sociopolíticas que estiveram na base da polémica decisão que acabou por salvar o Imperador Hirohito (Takatarô Kataoka) da morte certa. É por isso que olho para “Emperor” e vejo um razoável drama histórico que, ainda assim, poderia ter ido mais além, caso os seus guionistas tivessem explorado, com um pouco mais de cuidado e detalhe, as várias questões históricas e sociais que rodearam os conturbados anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial, mas apesar de não ser tão elucidativo e realista como supostamente deveria ser, “Emperor” consegue dar-nos uma interessante lição de história sobre o que realmente se passou nos bastidores dos primórdios da Ocupação Americana do Japão, nomeadamente sobre as razões que levaram os Estados Unidos da América e o General Douglas MacArthur a resistirem à tentação de executar o Imperador Hirohito, cuja vida acabou por ser salva por ele ser uma figura tão adorada entre os japoneses, com quem os americanos queriam estabelecer e manter uma estável e duradoura relação estratégica. É para demonstrar esta progressiva aproximação social que “Emperor” faz questão de focar a constrangedora relação entre os japoneses e os americanos que, após terem participado num violento conflito global cheio de atrocidades e propaganda negativa de ambos os lados, tiveram que pôr as suas diferenças de lado e conviver em paz, para assim evitar problemas futuros e cimentar uma forte ligação comercial, financeira e humanitária entre estas duas poderosas nações. Esta relação acaba por servir como um interessante paralelismo entre a relação atual dos EUA com o Iraque e Afeganistão, mas é claro que o Governo Americano lidou, na altura, muito melhor com o conflito com o Japão do que com os conflitos atuais com o Iraque ou Afeganistão que, por esta altura, ainda são considerados países hostis que não vêm com muito bons olhos o povo norte-americano ou a sua presença no seu território. A gradual aproximação entre a América e o Japão também é abordada através da subtrama romântica entre o General Bonner Fellers e a sua amada Aya Shimada (Eriko Hatsune), cuja estranha relação ajuda a simbolizar os fortes sentimentos de compaixão e compreensão que se desenvolveram entre americanos e japoneses durante essa época conturbada, no entanto, este simbolismo acaba por ser a única coisa positiva que podemos retirar deste péssimo romance melodramático que, por causa da sua lenta evolução, acaba por retirar tempo precioso ao desenvolvimento da intriga central. Uma das grandes cartadas de “Emperor” é o ator Tommy Lee Jones, que interpreta com toda a confiança e carisma o polémico General Douglas MacArthur, uma figura histórica muito problemática que é rentabilizada ao máximo por este veterano astro, que não teve medo deste enorme desafio. Já o seu co-protagonista, Matthew Fox, tem uma performance bastante mediana que não ajuda em nada a vender a desnecessária história romântica deste filme relativamente educativo, que também valida Peter Webber como um cineasta competente dentro dos dramas históricos.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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