Festival de Veneza 2013 - Os Filmes Que Deixaram As Melhores e As Piores Impressões

O Festival de Veneza 2013 já está quase a acabar. Já passaram pelos ecrãs da Biennale de Veneza vários filmes que deixaram boas impressões junto do público, e outros que desiludiram a imprensa e a maior parte dos espetadores que marcaram presença neste conceituado certame. Uma das produções que maior impacto positivo criou junto do público foi o filme de abertura do festival: "Gravity", de Alfonso Cuarón. Este drama espacial, que marca o regresso de Alfonso Cuarón à direção cinematográfica após sete anos de ausência, conseguiu convencer a crítica com a sua estética cuidada, mas também com o seu guião cheio de intensidade que, segundo a opinião geral das pessoas que o viram, é brilhantemente reproduzido por Sandra Bullock e George Clooney. O drama "Tom à La Ferme", de Xavier Dolan, também saiu de Veneza com uma nota positiva, tal como o brilhante filme de animação "The Wind Rises", o novo trabalho do mestre do anime Hayao Miyazaki, que até já é tido como um dos grandes favoritos ao Leão de Ouro deste ano. A juntar ao grupo de filmes que foram presenteados com reações positivas também estão três grandes projetos internacionais: o drama "Philomena", de Stephen Frears; o thriller "Joe", de David Gordon Green; e o aventuroso "Tracks”, de John Curran. Estas três produções conseguiram, à sua maneira, conquistar o carinho do exigente público deste prestigiado festival, mas apesar de terem recebido muitas críticas positivas, são poucos os especialistas que acreditam que estes três filmes tenham alguma hipótese concreta de ganhar o Leão de Ouro. Já o polémico e extravagante "The Zero Theorem", de Terry Gilliam, foi alvo de reações mistas por parte da imprensa internacional, havendo quem o achasse uma obra-prima cheia de estilo e mensagens intelectuais, e outros que o acharam uma produção confusa e mediana que está muito distante do nível de criatividade que já foi apresentado por Terry Gilliam no passado. Já a pior reação deste festival pertenceu ao filme sci-fi "Under The Skin", do britânico Jonathan Glazer, que foi um dos projetos mais vaiado da edição deste ano. Esta obra protagonizada por Scarlett Johansson provocou muitas reações negativas, muito por culpa da péssima direção de Glazer, mas também do seu fraco guião baseado no homónimo romance de Michel Faber. No especto oposto, o drama "Child of God", de James Franco, e o thriller "Night Moves", de Kelly Reichardt, conseguiram convencer e cativar o público com as suas respetivas ofertas cinematográficas de elevado calibre, que juntam uma fotografia deslumbrante a um argumento muito inteligente. A outra surpresa positiva deste certame internacional foi o surpreendente drama "Palo Alto", o filme de estreia de Gia Coppola, a sobrinha de Sofia Coppola, que trouxe a Veneza uma história já muito vista que, no entanto, é explorada de uma forma refrescante e arriscada que valoriza a experiência global do público, que reagiu com críticas positivas a este primeiro esforço de Gia Coppola. O novo projeto de Wang Bing, "Till Madnessdo Us Part", não teve uma reação coesa por parte do público do festival, mas parece ter agradado em grande escala à imprensa europeia, que gostou bastante deste longuíssimo (quatro horas de duração) thriller dramático, que mergulha o espetador num turbilhão de questões relacionadas como comportamento humano. O drama "The Police Officer’s Wife", de Philip Gröning, também deixou boas impressões em Veneza, tal como o thriller sul-coreano "Mobius". O mesmo já não pode ser dito de "Parkland", um mediano filme de Peter Landesman, que retrata as últimas horas de vida do malogrado Presidente Americano John F. Kennedy. Infelizmente, "Parkland" ficou muito áquem das expectativas, e acabou por ficar no fundo das preferências do público e da imprensa especializada.

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