A Brilhante Evolução Profissional de Joseph Gordon-Levitt: Do 3º Calhau Até Gotham



A promissora carreira de Joseph Gordon-Levitt começou nos Anos 80, mas os seus primeiros anos no seio de Hollywood foram dedicados a papéis secundários em séries, telefilmes e filme de baixo orçamento, que ainda assim lhe permitiram obter uma auspiciosa reputação como estrela infantil, mas também uma importante dose de experiência, já que nesses projetos de segunda categoria teve a oportunidade de trabalhar com vários atores importantes, como Danny Glover em “Angels in the Outfield" (1994) ou Brad Pitt em “A River Runs Through It" (1992), isto já para não falar das suas pequenas participações em séries conhecidas, como “The Powers That Be” e “Roseanne”, onde conseguiu contracenar com várias estrelas televisivas da altura, como John Forsythe, Roseanne Barr e John Goodman. Estes projetos pequenos deram-lhe a visibilidade necessária para em 1996 ser contratado para assumir um dos papéis centrais na divertida e icónica sitcom “3rd Rock From The Sun”/ “3º Calhau a Contar do Sol”, que em Portugal foi exibida primeiramente na RTP2 e posteriormente na SIC Radical. Foi a partir deste momento que este jovem ator, originário de Los Angeles, deixou de ser apenas mais uma estrela infantil e passou a ser um dos jovens atores mais promissores e importantes de Hollywood. Nesta série, Gordon-Levitt interpretou Tommy Solomon, um experiente extraterrestre na pele de um jovem tímido mas astuto, que conseguiu captar facilmente a atenção dos espetadores graças às suas divertidas peripécias ao lado da sua extravagante família, cujos papéis foram entregues a atores bem conhecidos da altura, como John Lithgow ou Kristen Johnston. Esta série durou seis temporadas, e permitiu a este jovem ator conquistar um lugar de destaque na indústria do entretenimento, até porque entre as filmagens da série, Gordon-Levitt conseguiu arranjar algum tempo para participar em alguns filmes populares, como no thriller “The Juror” (1996), onde contracenou com Demi Moore e Alec Baldwin; ou no filme de terror “Halloween H20: 20 Years Later” (1998), onde trabalhou com Jamie Lee Curtis e Josh Hartnett; mas por estes anos a sua clara vitória cinematográfica foi obtida com a popular comédia romântica “10 Things I Hate About You" (1999), onde conseguiu um bom destaque ao lado de Julia Stiles e Heath Ledger, duas outras jovens estrelas da altura.
 
«
Quando a série “3º Calhau a Contar do Sol” terminou em 2001, Gordon-Levitt passou uns anos sem trabalhar de forma assídua, tendo apenas registado uma participação importante no drama “Havoc” (2005), ao lado de Anne Hathaway, com quem viria mais tarde a contracenar em “The Dark Knight Rises” (2012). Entre projetos de menor dimensão e filmes de fraca distribuição, Gordon-Levitt acabou por voltar à mó de cima em 2008, quando foi escolhido para assumir um interessante papel secundário no drama “Stop Loss”, de Kimberly Price. Este filme voltou a catapultá-lo para o estrelato, já que após este trabalho conseguiu uma importante participação no drama de guerra “Miracle at St. Anna" (2008), de Spike Lee, no entanto, tivemos de esperar até 2009 para o ver, num papel à sua altura, no majestoso romance indie “500 Days of Summer” onde, juntamente com Zooey Deschanel, protagonizou uma bela história num belo filme que selou em definitivo o seu regresso à alta roda de Hollywood, porque após os grandes elogios que recebeu por causa da sua performance nesta obra de Marc Webb, Gordon-Levitt foi contratado por vários estúdios e realizadores de renome para participar em obras de elevado valor comercial, como “G.I. Joe: The Rise of Cobra” (2009) e “Inception” (2010), tendo intercalado estes trabalhos com papéis centrais em produções independentes muito interessantes, como a comédia “50/50” (2011) ou o drama “Hesher” (2010). O seu grande ano em Hollywood deu-se em 2012, já que num curto espaço de tempo viu-se no centro de quatro mega-produções que consolidaram o seu nome junto da restrita lista de atores de categoria máxima da indústria cinematográfica. Entre estes quatro papéis de grande destaque nos filmes “The Dark Knight Rises”, de Christopher Nolan; “Lincoln”, de Steven Spielberg; “Looper”, de Rian Johnson; e “Premium Rush”, de David Koepp”; o que mais se destacou a nível mediático foi claramente a sua performance secundária de alto nível em “The Dark Knight Rises”, onde no final acabou por estar bem no epicentro de uma das principais surpresas do filme. Gordon-Levitt também poderia ter entrado noutro grande filme de 2012, "Django Unchained", de Quentin Tarantino, mas acabou por abandonar à última da hora o seu elenco para se dedicar, em exclusivo, ao seu grande projeto pessoal até à data, a comédia "Don Jon".

   « 
Após esta onda positiva de filmes mediáticos e performances de luxo, Gordon-Levitt decidiu apostar numa carreira de realizador, seguindo assim os passos do seu reputado avô Michael Gordon, que entre 1940 e 1970 realizou vários filmes em Hollywood, como o drama “Cyrano de Bergerac”(1950). Para o seu filme de estreia como realizador, Gordon-Levitt escolheu a comédia romântica “Don Jon”, cujo guião também foi escrito por ele. Para não deixar nada ao acaso, também decidiu protagonizar esta comédia sobre um mulherengo que encontra finalmente a mulher da sua vida numa jovem extremamente sensual, que não será assim tão fácil de agradar como ele pensava. Para o ajudar na sempre difícil tarefa de contar esta história, Gordon-Levitt chamou vários atores de renome, como a sensual Scarlett Johansson, a soberba Julianne Moore ou o veterano Tony Danza. Esta sua estreia como realizador parece ter corrido na perfeição, já que “Don Jon” tem recebido críticas muito positivas, e tem também conseguido obter algum sucesso comercial junto do público norte-americano, que também tem reagido muito bem a esta produção, apesar das críticas de alguns sectores da sociedade que o consideram ligeiramente ofensivo para os italo-americanos. Os portugueses poderão descobrir, a partir de 10 de Outubro, se “Don Jon” cumpre ou não as altas expetativas que têm vindo a ser criadas em seu redor, mas também poderão comprovar a fantástica evolução de Joseph Gordon-Levitt, um jovem ator de apenas trinta e dois anos, que já conseguiu duas nomeações aos Globos de Ouro e que, mais cedo ou mais tarde, conseguirá chegar aos Óscares, isto após ter começado em telefilmes de qualidade duvidosa, que no entanto permitiram-lhe entrar para o elenco regular da sitcom “3º Calhau a Contar do Sol”, que ainda hoje é recordada com saudade. Este jovem ator também merece elogios extra, porque deve ser uma das poucas estrelas infantis que conseguiu manter a sua fama, e cujo percurso profissional não foi desvirtuado por vícios ou excessos.

Enviar um comentário

4 Comentários

  1. Bom texto para sem dúvida um dos melhores jovens actores que estão por ai.

    Só faltou mencionar um filme em que ele também teve uma óptima prestação em 2004 chamado "Mysterious Skin"

    Cumprimentos e bom trabalho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado Peter. É verdade, já me disseram muito bem desse filme, mas por acaso nunca o vi.

      Eliminar
  2. Excelente texto. JGL é um dos mais promissores, senão já, actores em Hollywood.

    À semelhança do comentário anterior, quero salientar uma das sua melhores representações: Brick, primeira colaboração com Rian Johnson, não referida no seu comentário.

    Boa continuação de trabalho e mais uma vez parabéns pela qualidade do mesmo.

    ResponderEliminar

//]]>