Crítica - Runner Runner (2013)

Realizado por Brad Furman
Com Ben Affleck, Gemma Arterton, Justin Timberlake

Já se passaram alguns anos desde que Ben Affleck teve uma performance assim tão perdida e apática como aquela que tem neste “Runner Runner”, onde os seus dois companheiros de elenco de maior reputação, Justin Timberlake e Gemma Arterton, também entregam dois desempenhos incrivelmente inaptos. Se o problema de “Runner Runner” fossem apenas as performances dos seus três principais atores, então o cenário não seria tão negro, porque os maus trabalhos de Affleck, Timberlake e Arterton são apenas a ponta do iceberg do que há de negativo neste thriller de Brad Furman, cuja história centra-se em Richie Furst, um estudante da Universidade de Princeton que financia as suas propinas com os ganhos que obtém a jogar póquer na internet. Ao perceber que foi vigarizado, Ritchie viaja até à Costa Rica para confrontar aquele que julga ser responsável pelo sucedido, Ivan Block. Ivan vê em Richie uma alma gémea e consegue aliciar o jovem a entrar na sua operação, no entanto, o ingénuo e inexperiente Ritchie não tem a noção do nível de ilegalidades que está a cometer, e vê-se por isso entre a espada e a parede quando se apercebe do que realmente está a acontecer à sua volta.



É pena, porque inicialmente até parecia ter potencial, mas “Runner Runner” é demasiado medíocre para o estatuto que vinha a ostentar e para o dinheiro que custou. Tal como já referi, o seu elenco não sobressai nem funciona, mas seria sempre difícil para qualquer ator conseguir tirar algo de positivo de um guião desconsolado e sem grande rumo, que precisava de mais ingredientes de valor que conseguissem puxar pelo nosso interesse e atenção pela história de Ritchie, que acaba por se desenvolver sem a profundidade ou imaginação necessárias para despertar o nosso interesse pelo seu bem-estar, ou pelas voltas e reviravoltas que acabam por marcar a sua rivalidade com Ivan Block. A intriga que envolve Ritchie e Ivan é demasiado fácil de seguir e prever, e talvez por isso seja tão mediana, porque ficamos com a clara ideia que “Runner Runner” precisava de mais detalhes e de muito mais emoção, porque nem nos apaixonamos pelo fraco romance que se desenvolve entre Ritchie e Rebecca, nem nos importamos minimamente com o que vai acontecendo a Ritchie na sua demanda para sair da situação difícil em que se colocou, por isso “Runner Runner” acaba por terminar sem nos oferecer nada que seja minimamente interessante ou que contribua para um entretenimento minimamente razoável. É claro que os culpados de tudo isto são os seus guionistas, Brian Koppelman e David Levien, que poderiam ter aprofundado muito mais o tema tão em voga do póquer online para criar uma intriga mais completa e bem mais singular, mas o que acabaram por criar não passa de uma história enfadonha que, inexplicavelmente, põe o póquer em segundo plano e passa toda a atenção para questões empresariais e policiais sem grande interesse, que são também pobremente explicadas ou amplificadas. Os guionistas têm também que dividir as culpas com Brad Furman, que como realizador poderia ter feito tanta coisa para tirar este thriller da sua rotina inexplicavelmente simplória e nada intrigante que, como já referi, foi criada por pessoas que conseguiram desaproveitar por completo todas as possibilidades que tinham à sua disposição para o transformar num projeto diferente e mais inovador. Pela positiva, “Runner Runner” só se destaca pelos seus cenários paradisíacos de Porto Rico (onde este projeto foi filmado), apesar da história se passar na Costa Rica.

Classificação - 1,5 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>