Em 1976, Sissy Spacek foi nomeada ao Óscar de Melhor Atriz Principal pela sua performance na adaptação cinematográfica de “Carrie”, o famoso livro de Stephen King, que Brian de Palma conseguiu transformar num dos principais filmes de terror da segunda metade do Século XX. Esta justa nomeação de uma ainda jovem Sissi Spacek a um dos principais prémios do cinema não causou, na altura, nenhuma polémica, porque tanto o público como a imprensa deram um grande valor à sua brilhante interpretação da jovem Carrie White, uma adolescente muito instável que, por causa da pressão que sofreu em casa e na escola, tornou-se numa pessoa malévola e cheia de rancor que acabou por usar da pior maneira os seus poderes telecinéticos. A performance de Spacek ficou para a história da sétima arte, tal como a performance da veterana Piper Laurie, que conquistou uma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária pela sua fantástica interpretação da manipuladora mãe da protagonista, que lhe permitiu também conquistar a oportunidade única de relançar a sua carreira já em declínio. É portanto fácil de concluir que Brian de Palma deve muito do sucesso de “Carrie” ao elenco que ele próprio escolheu, porque se não fossem pelas memoráveis performances de Spacek ou Laurie, “Carrie” poderia muito bem ter caído no esquecimento do público, que agora deve sempre lembrar-se do filme quando vê alguma atuação de Spacek, que desde “Carrie” viu o seu nome ser catapultado para o estrelato, algo que lhe valeu a participação em vários filme de qualidade que lhe permitiram mostrar todo o seu potencial, como foi o caso do drama “Coal Miner's Daughter”, pelo qual ganhou o Óscar de Melhor Atriz Principal que não conseguiu ganhar com “Carrie”.
Embora “Carrie” seja um produto memorável e intemporal, Hollywood sentiu a já recorrente necessidade de produzir um remake. Este anúncio gerou, como é óbvio, uma grande curiosidade para saber que jovem atriz é que teria a honra de interpretar o papel de Carrie White, que ajudou a lançar a consagrada carreira de Sissy Spacek. A escolha da MGM recaiu em Chloë Grace Moretz, uma jovem atriz em clara ascensão meteórica na indústria cinematográfica, que claramente não precisa nem nunca precisou deste filme para se estabelecer junto da elite hollywoodiana, já que Moretz já pertence há algum tempo a esta elite graças às suas performances de luxo em filmes como “Hugo”, “Let Me In” ou “Kick-Ass”. Ao contrário do que aconteceu com Spacek, Moretz não está propriamente dependente do sucesso de “Carrie” para seguir com a sua promissora carreira, mas é claro que o peso de um papel tão icónico como este poderá valorizar imenso o seu já elevado estatuto profissional, no entanto, já existe a certeza quase absoluta que Moretz não repetirá a façanha de Spacek e não irá conquistar nenhuma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Principal pelo seu trabalho neste remake, porque por muito razoável que seja o seu desempenho, não chega claramente aos pés da clássica performance de Spacek, que no seu “Carrie” conseguiu vender de uma forma credivelmente assustadora a personalidade e as especificidades de uma personagem assustadoramente psicopata.
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pessoas que defendem que o velho é melhor... fala sério
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