Perolas Indie - Lovelace (2013)

Realizado por Rob Epstein e Jeffrey Friedman
Com Amanda Seyfried, Peter Sarsgaard, Adam Brody
Género - Drama/ Biografia

Sinopse - Em 1972, muito antes da Internet e da explosão da indústria pornográfica, "Garganta Funda" torna-se um fenómeno. É o primeiro filme pornográfico com argumento a ser exibido nas salas de cinema, apresentando uma desconhecida e improvável estrela, Linda Lovelace. Depois de escapar do ambiente rígido da sua família religiosa, Linda descobre a liberdade e a alta-sociedade quando se apaixona e casa com o carismático vigarista Chuck Traynor. Linda Lovelace torna-se numa sensação internacional, sobretudo por encarnar a fantasia da fascinante “vizinha do lado” com impressionantes dotes para o sexo oral. Vivendo profundamente a sua nova identidade, Linda acaba por se tornar numa entusiasta porta-voz pela liberdade sexual e pelo hedonismo desinibido. Mas seis anos mais tarde, ela apresenta ao mundo uma outra narrativa de vida, totalmente contraditória com a personagem do ecrã, revelando-se sobrevivente duma história muito mais sombria.

Crítica – O nome Linda Lovelace pode dizer pouco à maioria das pessoas, mas penso que muitos deverão conhecer o seu grande legado: o filme pornográfico “Garganta Funda”/ “Deep Throat”, que nos Anos 70 levou muitos espetadores curiosos às salas de cinema para verem as tão faladas sequências explícitas de sexo oral protagonizadas por Lovelace. É por isto que esta atriz é conhecida e, apesar deste projeto relatar com precisão os eventos que a levaram a participar neste polémico filme e como, já agora, arranjou força e motivação para gravar as suas sequências mais polémicas, não se pode dizer que a sua participação em “Deep Throat” seja o grande ponto fulcral desta cinebiografia, que explora com um pouco mais de polémica a vida pessoal desta atriz altamente invulgar que, a par do inesperado sucesso da sua carreira cinematográfica, também teve que lidar, durante anos, com as complexidades da sua relação abusiva com Chuck Traynor, um homem perigoso que a empurrou para a carreira pornográfica e que, por pouco, não a transformou numa prostituta. 
É nos explicado que, por detrás do sucesso que obteve com a sua estreia cinematográfica, Linda Lovelace levava uma vida completamente infeliz e até abusiva que quase conduziu à sua destruição, sendo por isso interessante seguir a verdadeira montanha russa de emoções que Lovelace teve que viver desde que conheceu Traynor, até ao momento em que decidiu separar-se dele. É claro que, por vezes, “Lovelace” peca por ser demasiado melodramático e atirar-se, desnecessariamente, para campos inóspitos e exagerados que o levam a aproximar-se perigosamente de um telefilme barato, mas pelo menos traça, pelo meio, um bom retrato pessoal da parte mais jovem da vida de Linda Lovelace, que nesta cinebiografia é maravilhosamente interpretada por Amanda Seyfried, sendo também de destacar a performance de Peter Sarsgaard na pele de Chuck Traynor. Embora não seja fascinante nem tão pessoal como se previa, “Lovelace” é uma cinebiografia razoável de uma personalidade em tempos mediática mas que, com o passar do tempo, caiu no esquecimento. É provável que este filme siga o mesmo caminho, mas seria difícil pedir mais desta obra.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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