Crítica - Fruitvale Station (2013)

 Realizado por Rayan Coogler
Com Michael B. Jordan, Melonie Diaz, Octavia Spencer

O grande mérito deste filme é, a meu ver, o facto de relatar uma historia verídica e de um tal dramatismo que não pode deixar de nos tocar o coração. Não há heróis, Michael B. Jordan encarna na perfeição um muito humano Oscar Grant, cheio de contradições psicológicas como é natural num ser humano, agravadas pelo meio classe media baixa suburbana onde está inserido.
Oscar tem uma filha, como ele lembrará no final, e uma namorada que adora mas a quem tem algumas dificuldades em ser fiel, e um família. É um miúdo-homem que tenta ser decente. Divertido, problemático e popular, acaba por rapidamente conquistar o público com a sua vida trapalhona mas plausível e compreensível. Esta adesão à personagem segue-se ao espectador começar por assistir ao desenlace da narrativa, através de uma das muitas câmaras de telemóvel que filmaram o ocorrido. Lentamente acompanhamos as suas últimas horas sem perceber como pode ter acontecido o que aconteceu. E será esse o sentimento que nos acompanhará quando saímos da sala e possivelmente foi essa a intenção de todo o filme, como foi possível isto acontecer e como é possível que não se faça justiça?

Não há respostas nem são sugeridas. Fica  denúncia ao mundo de um caso de violência policial de índole racista nos nossos tempos e numa sociedade dita civilizada como a norte-americana. O excelente desempenho de Jordan é bem sustentado por um série de personagens secundárias, como a namorada, a mãe, os amigos, que não extravasam os limites do verosímil nem ofuscam o protagonista. Todos eles são perfeitamente humanos e credíveis e aí reside toda a sua força, são pessoas em que acreditamos e até gostaríamos de conhecer. A história essa já era desnecessária. O cinema ao serviço da denúncia social e a minar por dentro, ou talvez não, o tão exportada democracia americana.
Classificação - 4 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>