Crítica - The Railway Man (2013)

Realizado por Jonathan Teplitzky
Com Colin Firth, Nicole Kidman, Jeremy Irvine, Stellan Skarsgard 
À partida, “The Railway Man” teria tudo a seu favor para funcionar em pleno. O elenco conta com nomes tão sonantes como Colin Firth e Nicole Kidman, os valores de produção são elevados e o argumento narra uma história verídica com força suficiente para colocar toda a audiência a soluçar. Porém, muito pouca coisa funciona e, em vez de ser um filmaço devorador de prémios, “The Railway Man” não passa de um filmezito puxador de lágrimas fáceis para entreter umas velhinhas ao domingo de tarde. O problema é que é demasiado certinho e previsível, tombando no melodrama barato e não sendo capaz de surpreender ou de ser genuíno em qualquer momento. Jonathan Teplitzky quer tanto abraçar as fórmulas pré-concebidas de um suposto filme de qualidade que não arrisca colocar o pé fora da linha nem um bocadinho, dando vida a um filme monótono, melodramático e algo irritante.
Eric Lomax (Colin Firth) é um ex-tenente britânico que serviu o país na 2ª guerra mundial e que ainda hoje vive com as chagas dessa traumatizante experiência. O período de tempo que passou como prisioneiro das tropas japonesas deixou uma marca eterna no seu espírito. E ao receber a notícia de que um dos seus torturadores ainda se encontra vivo, a esposa de Eric (interpretada por Nicole Kidman) convence-o a confrontar esse militar nipónico como forma de ele expiar os seus traumas. De facto, a narrativa é prometedora. Mas apesar de nos mostrar uma história desconhecida de entre as muitas que compuseram o triste episódio da 2ª guerra mundial, “The Railway Man” nunca cheira a fresco ou original, muito por causa daquilo que já foi dito. Os valores de produção são de facto elevados, de modo que o resultado final poderia muito bem ter sido excelente. No entanto, a narrativa desflora de forma algo desequilibrada ante os nossos olhos, não havendo grande consistência nem grande harmonia entre os dois espaços narrativos (o passado e o presente). Os atores também não encontram grande espaço para desenvolverem as suas personagens, já que tanto Colin Firth como Nicole Kidman tão depressa são o centro das atenções como desaparecem de cena durante 30 minutos. O resultado disto? Todas as personagens são unidimensionais e pouco cativantes. Mas o pior de tudo é a realização académica e sem nervo de Teplitzky, incapaz de correr grandes riscos para agradar a toda a gente e com isso acabando por desagradar à maioria. A 20 minutos do fim já sabemos como tudo vai acabar porque já vimos estas histórias moralistas e choramingas vezes sem conta. E isso é deveras irritante para quem está à espera de ver algo diferente. Resumindo e concluindo, “The Railway Man” não é o pior filme do ano, mas será esquecido e digerido mais rapidamente que uma má refeição.
Classificação – 2 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>