Crítica - Son of God (2014)

Realizado por Christopher Spencer 
Com Diogo Morgado, Greg Hicks, Adrian Schiller 

Ao longo de aproximadamente duas horas, "Son of God" tenta atingir o mesmo resultado que a aclamada e conceituada minissérie "The Bible" conseguiu atingir, na sua segunda parte, em pouco mais de cinco horas. Só por esta pequena descrição já deve ter adivinhado que "Son of God" não me entusiasmou nem sequer me convenceu minimamente, porque no fundo não passa de uma versão resumida e muito esforçada do aclamado projeto televisivo que comoveu milhões em 2013. Se já teve a oportunidade de ver "The Bible", então não deve sequer atrever-se a ver esta sua pseudo versão cinematográfica, que não passa, na minha opinião bastante modesta, de uma forma fácil dos seus produtores ganharem alguns milhões extra com um projeto que, na sua forma televisiva, até é digno de muitos elogios, mas que nesta versão cinematográfica é, simplesmente, um mau produto, digno dos piores registos bíblicos da história da sétima arte que, como já deve saber, são vastos em projetos de todas as formas e feitios, uns bons e outros maus, sendo nestes últimos que se insere este produto que, de uma forma um pouco atabalhoada, segue a vida pública de Jesus Cristo até à sua morte na cruz e posterior ressurreição. 
Tendo em conta os seus objetivos e as suas origens, não consigo ver, muito sinceramente, nenhuma apelativa mais valia em "Son of God", que apesar de nos ser vendido como um retrato cristão purista derivado uma interpretação meramente cristã da história bíblica, acaba por nunca conseguir exteriorizar o espírito épico e espiritual que se encontra omnipresente na história de Jesus Cristo. O problema é que a parte referente ao novo testamento da Bíblia, ou seja, a referente a Jesus Cristo, é explorada com óbvias deficiências e limitações provocadas, essencialmente, por uma adaptação apressada e nitidamente forçada de um produto televisivo e de uma história épica ao formato cinematográfico, porque em "The Bible" não se nota, por exemplo, a fraca ligação entre os vários capítulos relevantes da vida de Jesus Cristo, sendo também dado ao espetador um pouco mais de contexto histórico e bíblico, que nesta versão passa um pouco ao lado em detrimento do retrato de fé que é feito da vida e rumo de Jesus Cristo, que em "Son of God", tal como em "The Bible", é interpretado com uma certa qualidade pelo bem português Diogo Morgado. Por muito que possa apelar aos cristãos, "Son of God" não é um bom projeto bíblico, porque nunca vai a fundo de nenhuma questão, nem parece ter o seu foco bem definido e contextualizado para a versão bíblica e humana de uma história com dois mil anos, no fundo, não passa de uma versão fast food desta mítica história religiosa. O mesmo já não se passa com a sua versão televisiva original, a minissérie "The Bible", que se destaca como um projeto mais longo, mas muito superior a este filme, que apenas dirá algo de positivo a quem seja profundamente devoto, ou quem não tenha visto a versão televisiva, que é de longe muito mais correta e interessante. 

Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Típico projeto caça níquel e realmente apressado, tentando se aproveitar do sucesso NÃO MERECIDO da série. Pelo trailer já dava para ver que seria muito ruim, não vi o filme, não posso comentar dos erros bíblicos, mas o o ator é bem fraco..

    ps: Ainda teimam em retratar Jesus loiro e cabeludo.

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