Crítica - La Mia Classe (2013)

Realizado por Daniele Gaglianone
Com Valerio Mastandrea

Consciente do drama humano que vivem diariamente os refugiados que chegam em avalanche a Itália, Daniele Gaglianone  decidiu fazer um filme onde retrata essa realidade. "La Mia Classe" é simultaneamente esse filme e um filme sobre a sua própria feitura
Attanasio (Valerio Mastandrea) é um professor de italiano como língua estrangeira para refugiados e imigrantes mas, como todos os professores de escolas públicas, depara-se com dificuldades que vão muito além das barreiras linguísticas. São elas as tragédias humanas de quem vive, por força das circunstâncias, longe do seu país, seja ele a Costa do Marfim, o Paquistão, o Egipto ou qualquer outro, onde não pode voltar por risco de perder a vida, ou onde sente que não tem lugar seja por razões políticas ou religiosas ou outras, gente sem terra que vive na esperança de poder ficar num país que também não os quer acolher. A situação dos refugiados é, de facto, alarmante, pois, a consciência da necessidade social de limitar a sua entrada nunca pode se sobrepor ao direito universal de cada homem e mulher à própria vida.  


Lembrando, por vezes, "Entre les murs" (2008), "La mia classe" não insiste tanto no ambiente claustrofóbico e desesperado que se vive dentro das salas de aula mas sim no papel que qualquer arte e, neste caso, o cinema em particular pode ter no acordar das consciências para o que se passa com pessoas que vivem ao nosso lado, cujos problemas consideramos muitas vezes serem inerentes à sua própria nacionalidade e que, portanto, nada tem a ver connosco. Nem as interpretações, nem a realização, nem o argumento são, contudo, extraordinários, no entanto, a junção dos três para trazer ao público a questão que serve de tema ao filme dão-lhe uma enorme força emocional. Este filme tem vindo a ser exibido na Festa de Cinema Italiano.

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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