Crítica - O Atentado (2012)

Realizado por Ziad Doueiri
Com Ali Suliman, Reymond Amsalem, Evgenia Dodena

O Atendado é uma adaptação ao cinema da obra homónima de Yasmina Khadra, pseudónimo literário do escritor argelino Mohammed Moulessehoul, realizada por Ziad Doueiri, depois de ter colaborado em filmes tão conhecidos como Pulp Fiction (1994) ou Resevoir Dogs (1992) e galardoado por diversas vezes em festivais de cinema por todo o mundo. Problematizam-se aqui de forma muito inteligente e muito realista as relações entre Israel e a Palestina.
  

Um cirurgião árabe de mérito reconhecido e que exerce a sua profissão em Telavive descobre, após um atentado bombista suicida nesta cidade, informações desconcertantes sobre a sua mulher. A busca que é obrigado a empreender a partir daí para descobrir a verdade levam-no, de novo, a territórios palestinianos, de onde é natural, onde reencontra a sua família mas onde não permanece muito tempo. O problema aqui colocado leva ao mundo a consciência clara da inevitabilidade de uma tomada de posição inequívoca quando em jogo estão vidas humanas e questões de própria identidade fundamental para a definição de um indivíduo. O filme mostra também como, para os países envolvidos no conflito, a política e as relações afectivas se confundem a um ponto que colocam ambas em causa diariamente.
Interpreta o confuso médico o já bem conhecido do público, Ali Suliman, entre outros nomes como Reymond Amsalem, Evgenia Dodena, Dvir Benedk, criando uma atmosfera de uma aparente calma e civilidade que esconde tensões tão fortes que os seus intervenientes são capazes de morrer por elas.
Ainda que não seja uma obra prima da cinematografia, este é um filme muito pertinente e uma visão muito realista de conflitos internacionais que tendemos a analisar de forma maniqueísta.

Classificação - 4 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Vale bem a pena ver este filme. Todos lutam pela dignidade, mas o resultado é vergonha, remorso, ódio e sobretudo um vazio de esperança.

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