Crítica - Rio 2 (2014)

Realizado por Carlos Saldanha 
Com Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro 

Se apenas tivermos em conta o restrito campo demográfico para o qual se dirige, então "Rio 2" pode ser considerado um projeto divertido e cheio de genica, mas lá está, apenas as crianças é que conseguirão tecer tais conclusões, já que, ao contrário do primeiro filme, esta segunda entrega é mais infantil e básica, apesar de manter o mesmo espírito técnico e colorido de "Rio", cujo sucesso mundial justificava, por ventura, uma sequela um pouco mais profunda e digna de um maior alcance etário. É claro que, na sua génese, "Rio 2" não foge às expectativas e destaca-se, apesar de tudo, como um capaz filme de animação, cuja trama volta a seguir uma aventura muito colorida do caricato Blu, que após os eventos de "Rio", casou com a sua companheira Jóia e teve três filhos muito irrequietos, com quem viajará até a Amazónia para uma reunião de família que, a dada altura, transforma-se numa grande aventura selvagem.


O grande objetivo de "Rio 2" passa por entreter as camadas mais jovens do grande público, algo que foi conseguido sem grande esforço por intermédio de um guião levemente cómico e de uma componente visual muito colorida. O problema é que tais características apelam apenas a um público mais infantil e inocente, que não se importará com a óbvia ausência de estrutura deste projeto que, para todos os efeitos, não segue um padrão narrativo tão emocionante, cómico e humano como o que marca presença na narrativa de "Rio", que embora esteja longe de ser um filme carregado de sentimento, consegue ainda assim ser menos superficial que esta sua sequela. Para além de uma tímida abordagem que é feita aos típicos atritos e conflitos que marcam, por vezes, a vida familiar, o guião de "Rio 2" não explora assim muitos mais tópicos humanos e adultos de grande relevo, já que todo o filme parece focar-se, apenas, na grande aventura da Família Blu e nas típicas mensagens de esperança e crença nas próprias capacidades se sobrevivência, algo que funciona junto dos mais novos, mas que poderá cansar um pouco os mais velhos. É óbvio que, tecnicamente, este projeto é amplamente eficiente e cativante de um ponto de vista visual, mas falta-lhe um certo contexto, ou seja, é certo que, de um ponto de vista superficialista, "Rio 2" apela bastante ao olhar, mas tal não chega, porque ao não apostar num guião interessante ou divertido para as faixas etárias mais adultas, acaba por se destacar com um projeto objetivamente infantil, que cansa todos aqueles que falhem a sua faixa demográfica.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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