Crítica - Muppets: Most Wanted (2014)

Realizado por James Bobin 
Com Tom Hiddleston, Debby Ryan, Christoph Waltz 

Depois do sucesso surpresa do filme de regresso dos Marretas em 2011, a consumação de uma sequela era praticamente inevitável. Já todos sabemos como Hollywood funciona. Se um filme tem sucesso e faz dinheiro, faça-se uma sequela para tentar ter ainda mais sucesso e fazer ainda mais dinheiro. Nem de propósito, “Muppets: Most Wanted” começa da melhor forma possível: a brincar com esta realidade, satirizando o modelo de negócio da máquina de fazer dinheiro que é Hollywood e enxovalhando-se a si mesmo com a afirmação perentória de que as sequelas nunca estão ao nível do filme original. Fantástico. É um momento de humor brilhante e perpetrado ao bom estilo dos Marretas, com um número musical loucamente divertido, repleto de cores e figurantes sorridentes. É precisamente por isto que os Marretas são especiais. Porque recorrem a um humor muito particular, um humor tão louco quanto irreverente, tão negro quanto ingénuo, tão pateta quanto genial, tão clássico como original. Está então decidido que “Muppets: Most Wanted” começa de forma explosiva, colocando desde logo um sorriso sincero na cara dos espectadores, tenham eles 10 ou 50 anos de idade. Mas será que esse nível de qualidade humorística se mantém constante ao longo de toda a película? Bem… não, a verdade é que não. Apesar de nunca deixar de ser divertido, o filme vai perdendo alguma pujança com o passar dos minutos, passando mesmo por alguns momentos aborrecidos. No entanto, é justo dizer-se que o bom humor nunca desaparece e que os momentos de maior brilhantismo compensam as piadas menos conseguidas. 


Depois de terem conseguido conservar o seu palco e de terem integrado Walter no seu vasto (e tresloucado) elenco, os Marretas estão de novo em alta. Porém, Dominic Badguy (Ricky Gervais) entra em cena e diz que todo este sucesso é insuficiente. Que os Marretas deviam fazer uma tour internacional e que ele é a pessoa indicada para gerir essa aventura mundial. Embora não ache muito boa ideia, o sapo Cocas acaba por aceitar a parceria de Badguy e é aí que os Marretas se voltam a meter em embrulhadas. Pois o que Badguy pretende é substituir Cocas por Constantine, o sapo mais perigoso do mundo, e em conjunto com ele organizar uma série de assaltos pela Europa. Este é o enredo desta simpática sequela e não é difícil imaginar as mil e uma cenas hilariantes que dele advêm, desde um sapo minúsculo a falar como um mafioso e a desancar um conjunto de guardas, ao facto de o urso Fozzie chegar a ser apontado como o principal suspeito dos assaltos. A dupla de polícias formada pelo agente suíço de Ty Burrell e pela águia maldisposta assinala muitos dos momentos mais brilhantes do filme e o sapo Constantine é simplesmente inesquecível. Já vi o filme há alguns dias e ainda dou por mim a repetir algumas falas de Constantine naquele sotaque malvado claramente exagerado. Só estas três personagens já valem o preço do bilhete. Junte-se a elas uma prisão de alta segurança com reclusos lamechas e as habituais peripécias dos Marretas, e temos uma película onde a diversão marca presença assegurada. Pena é que os números musicais não tenham todos a mesma criatividade e que o enredo se vá tornando ligeiramente aborrecido. Ricky Gervais e Tina Fey também não estão tão cómicos quanto seria de esperar, e em algumas cenas quase parecem não estar à vontade a contracenar com os Marretas. No final de contas, “Muppets: Most Wanted” não é magnífico, mas é com certeza uma obra a ver e rever pelos fãs assumidos dos Marretas de todas as idades. Ah, e a cena final é das mais inspiradas dos últimos anos, encerrando o filme em beleza…
Classificação – 3 Estrelas em 5

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2 Comentários

  1. Mais chato não podia ser.Uma seca...e nem uma starzita...

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  2. Mais chato não poderia ser..É uma verdadeira seca...não leva nem uma starzita...

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