As Dez Maiores Desilusões do Primeiro Semestre de 2014

A pior coisa que se pode sentir após ver qualquer filme é aquele estranho sentimento negativo de desilusão. O filme até pode não ser necessariamente um grande desastre, mas poderá também não ser aquilo de que se estáva à espera e gorar, por isso, as expetativas que podem ter sido elevadas por qualquer razão, seja hype do filme ou até, quem sabe, por um trailer mais bem conseguido. Os dez filmes que marcam presença nesta lista não estão aqui por serem maus. É certo que alguns são realmente maus, mas esta lista particular foi concebida para conter as dez maiores desilusões do primeiro semestre de 2014, e não os dez piores filmes de 2014. É claro que, como já disse, alguns destes filmes poderão pertencer facilmente à lista dos piores do semestre e do ano, mas o que importa aqui realçar são aqueles filmes que desiludiram em vários capítulos, ficando assim muito aquém do que se esperava deles antes da sua estreia. É importante realçar que os filmes aqui apresentamos estão ordenados pela sua data de estreia em Portugal, não havendo aqui um critério de maior ou menor desilusão.

A Rapariga Que Roubava Livros/ The Book Thief 
Realizado por Brian Percival 
Com Geoffrey Rush, Emily Watson, Sophie Nélisse 
Género - Drama
Crítica - AQUI

Sinopse - Durante a Segunda Guerra Mundial, Liesel Meminger tenta sobreviver aos horrores da guerra nos arredores de Munique, onde passa todo o seu tempo livre a ler os livros que rouba e a partilhar as suas histórias com os seus vizinhos.

Justificação - É certo que esteve presente na lista de nomeados aos Óscares 2014 (Melhor Banda Sonora), mas "A Rapariga Que Roubava Livros" pouco mais é que um melodrama barato que, infelizmente, não faz grande justiça à sua popular base literária. É igualmente certo que não é um mau filme, mas esperava-se mais de um drama que, segundo as previsões da imprensa em 2013, até poderia ter potencial para chegar, com alguma sorte, às nomeações dos principais Óscares, como Melhor Filme ou Melhor Argumento, previsão essa que, claramente, não bate certo com o resultado final.

The Monuments Men - Caçadores de Tesouros/ The Monuments Men 
Realizado por George Clooney 
Com George Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray 
Género - Drama
Crítica - AQUI

Sinopse - Baseado no livro “The Monuments Men: Allied Heroes, Nazi Thieves and the Greatest Treasure Hunt in History”, de Robert M. Edsel, "The Monuments Men" conta a história verídica de um grupo de intelectuais composto por diretores de museus, especialistas em história da arte e curadores, que arriscaram as suas vidas para evitar que os Nazis e os Aliados destruíssem importantes peças artísticas/ culturais durante os combates e os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial.

Justificação - Produzido por dois dos grandes estúdios americanos, a Columbia Pictures e 20th Century Fox, "The Monuments Men - Caçadores de Tesouros" tinha tudo para triunfar. Para além de apostar num elenco repleto de atores de elevado calibre, como George Clooney, Matt Damon ou Cate Blanchett, "The Monuments Men - Caçadores de Tesouros" explora, para variar, uma intriga algo engraçada referente à 2ª Guerra Mundial que, graças à sua peculiaridade, afasta-se um pouco do tradicional melodramatismo associado a este trágico evento. O problema é que tais factores amplamente diferenciados e potencialmente cativantes não foram devidamente capitalizados e o resultado é um projeto ameno com muitas falhas preocupantes.

Pompeia/ Pompeii
Realizado por Paul W.S. Anderson 
Com Kit Harington, Carrie-Anne Moss, Emily Browning 
Género - Ação 
Crítica - AQUI

Sinopse - A história de "Pompeii" desenrola-se nos dias que antecederam e sucederam a fatídica erupção do Vulcão do Monte Vesúvio. Harington interpreta Milo, um jovem escravo de um senhor romano (Jared Harris), que sonha em comprar a sua liberdade, para assim poder casar com a bela filha do seu dono, Cassia (Emily Browning). O que ele não sabe é que está a ser negociado com outro senhor de escravos e que a sua jovem amada foi prometida em casamento a um corrupto senador romano (Kiefer Sutherland). Milo acaba por ser vendido mas, quando já está a caminho da sua nova casa, apercebe-se que o Monte Vesúvio explodiu e que a sua amada e o seu melhor amigo estão em perigo, algo que o leva a arriscar a sua própria vida para salvá-los.

Justificação - Na teoria, "Pompeia" deveria ter sido o primeiro blockbuster de 2014, mas acabou por se tornar no primeiro desastre comercial do ano. É certo que já não se esperava grande coisa deste projeto catástrofe dirigido por Paul W.S. Anderson, mas pelo menos esperava-se mais do que aquilo que é oferecido, ou seja, um melodrama romântico que quase faz troça do mega desastre que serve de cenário a uma história de amor sem chama ou criatividade.

 
Uma Longa Viagem/ The Railway Man 
Realizado por Jonathan Teplitzky 
Com Nicole Kidman, Colin Firth, Jeremy Irvine 
Género - Drama
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Sinopse - Esta é a história verídica de Eric Lomax (Colin Firth e Jeremy Irvine), um homem que foi capturado pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e foi obrigado a trabalhar na construção da ferrovia da Morte, entre a Tailândia e a Birmânia, tendo sofrido durante essa altura constantes maus tratos e torturas.

Justificação - Candidato aos Óscares? Em tempos, "Uma Longa Viagem" ostentou esta pretensão, que rapidamente caiu quando se começou a perceber que este drama, baseado numa história verídica, pouco tinha a oferecer a quem esperava um filme carregado de sentimento e com uma moral exemplar. Um dos grandes falhanços dramáticos do ano.

 
Capitão América: O Soldado do Inverno/ Captain America: The Winter Soldier 
Realizado por Anthony Russo 
Com Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson 
Género - Ação 
Crítica - AQUI

Sinopse - Após os eventos de "Os Vingadores", Steve Rogers/ Capitão América (Chris Evans) continua a dar o seu melhor para tentar cumprir o seu papel de herói no mundo moderno, mas ainda lhe é difícil lidar com os tempos modernos, mas com a ajuda de Natasha Romanoff/ Viúva Negra (Scarlett Johansson), terá mesmo assim que derrotar um poderoso e misterioso inimigo que ataca Washington.

Justificação - A imprensa americana adorou "Capitão América: O Soldado do Inverno", a sequela do aclamado "Capitão América: O Primeiro Vingador", mas num plano pessoal este blockbuster desiludiu-me bastante. Embora seja mais sério que outras obras recentes da Marvel, como "Iron Man 3", "Capitão América: O Soldado do Inverno" estragou, para mim, um pouco da magia criada pelo primeiro filme e aproximou em demasia a saga "Capitão América" aos outros franchises mais vazios e visuais da Marvel.

Noé/ Noah
Realizado por Darren Aronofsky
Com Anthony Hopkins, Russell Crowe, Emma Watson 
Género - Épico/ Bíblia 
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Sinopse - Deus decide purgar o Planeta Terra e castigar a Humanidade por ter sucumbido aos pecados e aos perigos. Antes de iniciar a sua onda destrutiva, Deus decidiu salvar Noé, o único homem justo da sua geração, e manda-lhe construir uma arca para salvar a sua família e representantes de todos os animais do mundo.

Justificação - Só o facto de "Noé" ser realizado por Darren Aronofsky já o torna num filme a ter em conta. O problema é que este atributo de peso não se capitaliza numa mega produção bíblica de dimensões verdadeiramente épicas. Há algumas coisas que falham neste projeto, entre elas o seu guião, mas até a sua componente técnica, que supostamente deveria ser irrepreensível, também apresenta falhas inesperadas.

O Fantástico Homem-Aranha 2: O Poder de Electro/ The Amazing Spider-Man - Part II
Realizado por Marc Webb
Com Emma Stone, Jamie Foxx, Shailene Woodley e Andrew Garfield 
Género - Aventura
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Sinopse - É excelente ser o Homem-Aranha (Andrew Garfield). Para Peter Parker não há nada como saltar entre arranha-céus, assumir-se como herói e estar junto de Gwen (Emma Stone). Mas ser o Homem-Aranha tem o seu preço: apenas ele pode proteger os nova-iorquinos dos poderosos vilões que ameaçam a cidade. Com o aparecimento de Electro (Jamie Foxx), Peter irá confrontar um inimigo bem mais poderoso do que ele. E, com o regresso do seu antigo amigo, Harry Osborn (Dane DeHaan), Peter apercebe-se que todos os seus inimigos têm algo em comum: a “OsCorp”.

Justificação - O êxito global alcançado por "O Fantástico Homem-Aranha" elevou a fasquia dos espectadores em relação à sua sequela que, na falta de melhores palavras, mandou as esperanças de todos nós para as urtigas. As grandes expectativas do público e da imprensa esbarraram portanto contra um projeto mediano cheio de elementos jocosos que trazem muito poucas benesses a uma intriga com maus vilões e um herói em clara queda de seriedade.

Transcendence - A Nova Inteligência
Realizado por Wally Pfister 
Com Johhny Depp, Paul Bettany, Rebecca Hall 
Género - Sci-Fi

Sinopse - Max, Will (Johnny Depp) e Evelyn conseguem criar o primeiro computador com consciência, no entanto, esta grande invenção não agrada a um perigoso grupo de terroristas, que olham para esta invenção como um atentado à divindade e à humanidade. O ódio deste grupo acaba por motivar os seus membros a levarem a cabo um grande ataque terrorista que culmina com a morte de Will. A sua mulher – Evelyn - fica chocada com a súbita morte do seu amado marido e decide por isso fazer um upload ilegal do seu cérebro para o mega-computador. Inicialmente, Evelyn acredita que esta sua experiência não foi bem-sucedida, mas rapidamente se apercebe que a consciência de Will começa a manifestar-se dentro da máquina. Quando o malévolo grupo terrorista volta a atacar os cientistas, a consciência computorizada de Will é corrompida pelo ódio e torna-se maligna, algo que dá origem a uma série de violentas e calculadas reações dentro do ciberespaço, que podem culminar com a destruição da raça humana.

Justificação - A opinião é unânime, "Transcendence - A Nova Inteligência" falhou a todos os níveis. Em 2013, este projeto sci-fi realizado pelo consagrado diretor de fotografia Wally Pfister, e protagonizado por estrelas como Johnny Depp, Rebecca Hall e Morgan Freeman era um dos filmes mais esperados de 2014, mas a sua estreia trouxe muita desilusão e tristeza, já que ninguém queria acreditar na péssima qualidade de um filme que tinha tanto potencial e que, simplesmente, desperdiçou tudo. 

 Grace de Mónaco/ Grace of Monaco 
Realizado por Olivier Daham
Com Nicole Kidman, Tim Roth, Paz Vega
Género - Drama
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Sinopse - A história de "Grace of Monaco" aborda o casamento da atriz Grace Kelly (Nicole Kidman) com o Príncipe Rainier III (Tim Roth) e a influência que ela teve nas políticas do principado, mais concretamente na disputa política travada entre o Mónaco e a França.

Justificação - Abriu o Festival de Cannes 2014, mas "Grace de Mónaco" é um filme mediano e uma verdadeira desonra à memória da atriz e monarca Grace Kelly, cuja vida é retratada sem um pingo de brilho ou realismo nesta fraquinha cinebiografia sem nenhuma faísca. Não há dúvidas que "Grace do Monaco" é uma das grandes pérolas negativas do ano, tal como "Diana", a cinebiografia da Princesa Diana, foi uma das principais desilusões de 2013.

Maléfica/ Maleficent 
Realizado por Robert Stromberg 
Com Angelina Jolie, Elle Fanning, Brenton Thwaites, Sharlto Copley 
Género - Fantasia
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Sinopse - A inocente Maleficent/ Malévola (Angelina Jolie) leva uma vida idílica e calma numa aldeia de um reino pacífico e pacato, mas a sua rotina sofre uma drástica mudança no dia em que um grande exército, proveniente de um reino distante, invade a sua cidade natal e ameaça a harmonia da zona. A bela Maleficent parece ser a protetora mais feroz da região, mas acaba por ser vítima de uma cruel traição que enche o seu coração de raiva e ódio. A outrora pura feiticeira é agora um poço de negativismo, que está determinada a vingar-se de todos aqueles que contribuíram para a sua desgraça. O seu plano de vingança leva-a a começar uma épica batalha de forças e interesses contra um Rei duro mas bondoso e, como resultado da evolução deste violento confronto, acaba por amaldiçoar a sua filha recém-nascida, Aurora. À medida que os anos vão passado e a menina vai crescendo, Maleficent percebe que Aurora é uma peça essencial para estabelecer a paz no reino e para obter a derradeira felicidade.

Justificação - Há que dar mérito à Walt Disney por ter escolhido Angelina Jolie para dar vida à icónica bruxa Maléfica/ Maleficent, já que a sua interpretação carismática é, de longe, a melhor coisa deste projeto de fantasia que, infelizmente, peca em tudo o resto. A sua intriga é bastante mediana, mas o pior é a forma como transforma Maléfica numa Princesa da Disney, quando supostamente é uma das principais Vilãs da Disney.

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