Crítica - Horns (2014)

Realizado por Alexandre Aja
Com Juno Temple, Daniel Radcliffe, Max Minghella

Baseado no homónimo livro de Joe Hill, “Horns” pode-se descrever como um filme de terror sem grande força, mas com um toque de humor negro que acaba por lhe conferir a sua única peculiaridade curiosa. É portanto um daqueles filmes de terror sem grande mérito na arte do suspense, do terror ou do pânico que, apesar de ter na sua génese um tema sobrenatural, acaba por cair mais dentro do espectro de um mediano filme com pequenas insinuações de humor negro ao longo de uma trama simples, onde se desenvolve uma trágica história romântica polvilhada com elementos de um thriller de investigação criminal e, claro está, uma ligeira génese sobrenatural mas pouco terrorífica que apenas dá mote às características específicas sobrenaturais do protagonista.


Esse protagonista, que é interpretado com muita competência por um Daniel Radcilffe sem qualquer nuance de sotaque britânico, trata-se do jovem apaixonado Ig, que desde a sua infância está envolvido numa poderosa relação afetiva com a bela Merrin, que é interpretada com uma certa ligeireza pela jovem Juno Temple. Os dois cresceram rodeados por amor e, já na sua fase adulta, Ig decide pedir Merrin em casamento, no entanto, ela decide acabar a relação entre ambos na mesma noite em que ele tinha planeado fazer o pedido. Esta sua recusa dá origem a uma terrível discussão, que culmina com a separação de ambos e ao início de uma intriga de mistério e homicídio, já que na manhã seguinte, sem se lembrar de grande parte da noite anterior devido às consequências do exagerado consumo de álcool, Ig acorda e descobre que Merrin foi violada e assassinada perto do sítio onde davam asas à expressão do seu amor. Na pacata vila onde vivem, todos acusam Ig de a ter matado, mas este jura a pés juntos que não o fez e, com a ajuda dos Cornos que inexplicavelmente lhe nascem e lhe conferem um super poder no mínimo bizarro, Ig vai lutar para provar a sua inocência e descobrir o verdadeiro assassino de Merrin e assim fazer justiça à sua alma. 
É verdade que “Horns” não pode ser considerado um grande e genuíno filme de terror, pelo menos se nos pautarmos pelas regras gerais, mas apesar de ser um produto ligeiramente diferente e curioso dentro deste género, não se pode dizer que seja uma aposta vencedora ou de genuíno entretenimento. A sua qualidade divergente, que dá origem a uma intriga com um apelo cómico e romântico algo extravagante, acaba por funcionar mas apenas no início, já que tal apelo confere à intriga uma certa singularidade inicial que nos aparece como uma boa surpresa, mas à medida que o filme vai-se desenvolvendo vai também perdendo a sua piada e a sua capacidade de entreter, tornando-se cada vez mais cansativo, repetitivo, previsível e medíocre, quer do ponto de vista da sua tragédia romântica e de toda a investigação que ela desencadeia, quer do ponto de vista da sua componente cómica, porque a certa altura “Horns” pára mesmo de ter aquelas sequências regulares ou aquela base de humor negro que, no início, o tornou tão apelativo mas que, infelizmente, vai-se perdendo nos meandros de um argumento inconstante que, no final, pouco ajuda a afastar “Horns” da mediocridade.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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