Realizado por Thomas S. Hammock
Com Haley Lu Richardson, Booboo Stewart, Max Charles |
Género - Thriller/ Terror
Sinopse - Uma jovem tenta proteger o último poço de água livre de uma região que enfrenta uma grande seca, tendo para isso que enfrentar um poderoso barão que ameaça a paz na região.
Crítica - Diretor Artístico em vários filmes independentes de terror com títulos conhecidos, como "All The Boys Love Mandy Lane" (2006) ou "You're Next" (2011), Thomas S. Hammock estreou-se no cargo de realizador com "The Last Survivors" ou "The Well", um thriller pós-apocalíptico com certos elementos de terror que, apesar de certas debilidades evitáveis, acaba por ser um filme muito competente que está bem conseguido, quer de um ponto de vista do seu argumento, quer ao nível de apontamentos técnicos e visuais.
E apraz-me começar pela sua parte técnica, onde o clima pós-apocalíptico de desertificação e desolação da sua trama é apoiado ao máximo por cenários competentes que transmitem facilmente esse ambiente sem esperança. E tais cenários, quer sejam as paisagens naturais desertas ou as pequenas casas desoladas, são captados pela câmara com uma competência artística e técnica muito acima da média que dá outro valor a este projeto que, desde cedo, consegue dar ao público uma enorme vontade de o ver até final muito por culpa do seu cuidado técnico.
O seu argumento também tem certos toques de imaginação e competência que resultam muito bem e que apimentam com tensão e ação a jornada de uma jovem corajosa que, ao longo de um duro percurso de sobrevivência, luta contra poderosas ameaças externas e tudo para sobreviver mas também para proteger um rapaz por quem nutre um forte sentimento afetivo. As origens das personagens principais ou do apocalipse não são dotadas de grande contexto factual e o próprio desenvolvimento da trama apresenta vários lapsos de lógica que se podem considerar graves, mas no que toca apenas e só à sua base narrativa, "The Last Survivors" apresenta uma trama que reúne ação, suspense, romance e até violência, tudo numa medida perfeitamente adequada e equilibrada que acaba por ser o suficiente para motivar o público que, por entre uma narrativa com um sentido claro mas com um ritmo branda, apanha várias surpresas positivas com sequências mais puxadas ou de alta capacidade dramática. E por causa disto tenho que falar dos seus últimos vinte minutos que resultam muito bem e são, para mim, o melhor de todo o filme. É neste curto espaço que estão reunidas as sequências mais aguerridas e onde tudo ganha uma dimensão verdadeiramente pós-apocalíptica. Os seus minutos finais são tão intensos e bons que a sua última sequência de ação até nos faz lembrar dois ilustres projetos de Quentin Tarantino: "Kill Bill" e "Django Unchainded" (2012). E faz-nos recordar estas produções porque, essa sequência, apresenta uma mescla de batalha western com batalha de samurais, onde a vingança serve-se como prato principal.
Ao nível das interpretações, "The Last Survivors" também é competente, especialmente no que toca à performance da jovem protagonista Haley Lu Richardson, que também ajuda e muito a dar um brilho extra a esta produção que, por intermédio de uma boa vertente visual e de uma história curiosa e nada aborrecida com certos elementos criativos, conquista facilmente uma crítica positiva e uma recomendação para todos aqueles que tenha curiosidade por ver um filme pós-apocalíptico indie onde é dado um brilho diferente à luta pela sobrevivência.
Classificação - 3,5 Estrelas em 5
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