Crítica - Jupiter Ascending (2015)

 Realizado por Lana e Lilly Wachowski 
Com Channing Tatum, Mila Kunis, Sean Bean 

Será que os Irmãos Wachowski, agora Irmãs Wachowski, já perderam o seu encanto? Após a péssima experiência que "Speed Racer" (2008) representou para as suas respetivas imagens que posteriormente, para infortúnio dos seus apoiantes, não se aproximou sequer da redenção com o muito pouco popular "Cloud Atlas" (2012), Lana e Lilly Wachowski voltaram a falhar com este "Jupiter Ascending". Este projeto representa aliás um falhanço muito próximo ao de "Speed Racer", já que denota também uma infeliz extravagância técnica que é pautada pelo exagero desmedido e que acaba assim por encaminhar esta mega produção para um desastroso caminho em direção à parvoíce, ao irrealismo e  ao despropósito. 
Este caminho infausto por terrenos pouco recomendáveis é ainda assistido por uma história verdadeiramente sofrível e confusa, onde tudo é muito rebuscado e nada faz muito sentido. A heroína desta história é Jupiter Jones, uma bela jovem, pobremente interpretada por Mila Kunis,  que nasceu numa noite peculiar sob sinais que prenunciavam estar destinada a grandes acontecimentos. Estes prenúncios positivos tardam, no entanto, a fazerem-se sentir na pobre vida de Jupiter que, já na fase adulta, sonha ainda com as estrelas mas acorda todos os dias para a dura realidade de um emprego a limpar a casa dos outros e um sem fim de azares. Mas quando Caine, um ex-militar geneticamente manipulado e interpretado sem qualquer chama por Channing Tatum, chega ao planeta Terra para a procurar, Jupiter começa a ter uma ideia do que o futuro lhe reservava desde sempre, sendo-lhe posteriormente revelado que ela é a sucessora em linha de um extraordinário legado que pode mesmo alterar a ordem do cosmos.


No seio de uma pura obra de ficção cientifica já é de esperar um certo exagero e uma clara inclinação para a fantasia sem barreiras. O problema é que "Jupiter Ascending" leva este conceito ao extremo. A sua trama aponta para um rumo claro, mas pelo meio perde-se em exposições desnecessárias ou insatisfatórias que levantam uma onda de confusão e obscuridade que complicam de uma forma prejudicial o rumo dos eventos e a compreensão de uma jornada já de si difícil de digerir. Por entre pormenores parvos, personagens pouco esclarecedoras e sequências nada competentes, "Jupiter Ascending" mergulha o espectador numa onda de confusão e, eventualmente, tédio que arruina assim qualquer vislumbre positivo que esta obra poderia ter na sua base. A experiência que nos deixa é portanto pouco positiva. O potencial até poderia ter existido nos primórdios da sua criação, mas desapareceu rapidamente quando Lana e Lilly Wachowski decidiram entrar por caminhos demasiado complexos e nada gratificantes. 
Aos vários problemas crassos de um argumento pouco esclarecedor e nada cativante juntam-se ainda múltiplos erros e detalhes pobremente apresentados que, perante o desastre em que se inserem, conseguem a proeza de acabar de vez com qualquer hipótese remota que esta obra ainda poderia ter para evitar uma opinião risível e desonrosa por parte do espectador. É porque nem mesmo junto da componente técnica, "Jupiter Ascending" consegue obter uma ressalva positiva. O dom de Lana e Lilly Wachowski para criar mundos cheios de cor e detalhes é indiscutível, mas este talento foi mais uma vez levado ao extremo e ao excesso. O resultado está à vista. Embora possa parecer apelativo numa primeira linha, "Jupiter Ascending" acaba por ser revelar uma enorme salgalhada de efeitos especiais e elementos computadorizados ridículos que, para além de tornem confusas as suas múltiplas sequências de ação, incutem também aos seus cenários galácticos um inesperado sentimento de falsidade que corre, já agora, todos os parâmetros desta obra muito infeliz. 

Classificação - 1 Estrela em 5

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2 Comentários

  1. You must watch sense8. The best serie ever!

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  2. Discordo

    Ascensão de Júpiter: 5*

    "Ascensão de Júpiter" tem excelentes efeitos visuais e sonoros, o que me cativou e me fez imergir no filme.
    "Jupiter Ascending" tem também um argumento cuidado, apesar de a sua parte final ser algo atabalhoada.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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