Crítica - By The Sea (2015)

Realizado por Angelina Jolie
Com Angelina Jolie, Brad Pitt, Mélanie Laurent

O que é que pode levar uma importante distribuidora nacional a retirar um projeto protagonizado pelas estrelas Angelina Jolie e Brad Pitt da sua lista de estreias para o nosso país? A resposta é dada pela fraca qualidade de "By the Sea". 
Este pseudo drama romântico experimental realizado por Angelina Jolie prometia muito antes da sua estreia nos Estados Unidos, até porque, à primeira vista, parecia criar um curioso paralelismo entre a ficção e a vida real. As promessas esvaneceram-se rápido e com toda a justiça. E tudo  porque "By The Sea" não é mais que um confuso e desnecessário produto inerte e oco que promove uma experiência vazia para qualquer espectador, excepção feita porventura aos maiores fãs de Angelina Jolie e Brad Pitt. 


Há várias coisas de errado em "By The Sea", mas há dois pontos específicos que irritam e que contribuíram quase sozinhos para o seu enorme fracasso. Um desses pontos prende-se com a preocupante dose de snobismo que o casal Brangelina incute a esta sua inconsequente parábola sobre crises conjugais. A história do casal de meia idade com problemas matrimoniais que é retratada em "By The Sea" e que é interpretada por Jolie e Pitt nem se deve aproximar sequer às experiências pessoais deste famoso casal. Os próprios já disseram, aliás, que as suas vidas reais quase não serviram de inspiração para esta obra. Não se compreende portanto como é que "By The Sea" consegue ter uma componente e um espírito tão egocêntrico e prepotente que nos leva a acredita que Jolie e Pitt quiseram criar este filme para mostrar que até um casal tão perfeito tem problemas mais graves que um casal de desconhecidos. Esta até pode nem ter sido a ideia de Jolie, mas o que "By The Sea" realmente nos transmite é uma ideia de elitismo que cai mal no seio de um filme tão art-house e íntimo como este. E tal sentimento de elitismo deve-se à sua narrativa. mas também à direção de Angelina Jolie.
Este é alias o outro ponto negativo que está em destaque neste produto nada memorável. Os dois primeiros filme de Jolie no cargo de realizadora não são estrondosos exemplos de sucesso, mas têm certos elementos interessantes que foram devidamente reconhecidos, quer pela crítica, quer pelo público. Neste seu terceiro filme, Angelina Jolie traiu as suas crenças criativas e cedeu à sua vaidade e elitismo. O resultado é um filme inconsciente, snob e fraco. É notório que Jolie tentou criar uma experiência art-house com profundas ramificações emocionais, mas deu-se fracamente mal nesta sua paupérrima tentativa de popularizar o experimentalismo cinematográfico. A ideia até poderia ser boa, mas a sua concretização foi péssima.
Não há dúvidas que "By the Sea" é diferente de qualquer drama matrimonial que Hollywood tenha produzido nos últimos anos, mas também não há qualquer dúvida que é muito pior que a maior parte deles. E tudo porque Angelina Jolie tentou criar um produto que está muito acima das suas capacidades. Não acredito que fosse a sua intenção promover uma história prepotente sem peso e sem capacidade emocional ou intelectual que não nos leva a lado nenhum, mas é precisamente isto que é "By The Sea".


Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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