Crítica - Perdidos (2017)

Realizado por Leonel Vieira

Com Diogo Amaral, Dalila Carmo, Catarina Gouveia, Dânia Neto

Quando se fala em reciclagem pensa-se, por norma, numa coisa positiva, mas quando se acrescenta cinematográfica a essa palavra, então as coisas mudam radicalmente de figura. A reciclagem cinematográfica, ou seja, os ditos remakes raramente correspondem a resultados positivos, como aliás Hollywood tem demonstrado nos últimos tempos com uma sucessão de remakes desnecessários que ficam muito áquem dos produtos originais. São raras as exceções a esta regra. Também Portugal aderiu, recentemente, à moda dos remakes com resultados bastante mediáticos mas muito infelizes, como é o caso dos desastrosos remakes dos clássicos "Canção de Lisboa" ou "Leão da Estrela". Este "Perdidos" é mais um remake, mas desta vez uma reciclagem/readaptaçção de um projeto norte-americano intitulado "Open Water 2: Adrift" (2006). 

É difícil de compreender como é que alguém pode apostar num remake nacional de um produto norte-americano já de si bastante fraco e sem tração mediática, como é o caso de "Open Water 2: Adrift". Poderia aceitar-se tal aposta se “Perdidos” inovasse e melhorasse a versão original, mas o que acontece é, por estranho que pareça, o oposto. O filme original está bem longe de ser uma pérola, alias de positivo só tem mesmo um conceito que nunca se traduz num filme envolvente e forte. Este remake parte do mesmo conceito, mas também não o aproveita e ainda consegue alcançar um resultado ainda menos satisfatório que o filme original no que toca ao suspense, à ação e ao drama. No fundo, "Perdidos" é um desperdício de tempo e espaço no ramo cinematográfico nacional e mundial. Por um lado, "Open Water 2: Adrift" não precisava de um remake e, por outro, o Cinema Português não precisava de se rebaixar a um remake tão desnecessário como este. O nosso cinema é bem capaz de mais e de melhor, já para não falar do facto de ser bem capaz de criar algo minimamente original....

Classificação - 1 Estrela em 5