Com Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Lily James
Os primordiais primeiros meses do icónico Winston Churchill como Primeiro Ministro do Reino Unido servem de base histórica e narrativa para “Darkest Hour”. Estamos perante um forte filme que, acima de tudo, é político, sim porque Churchill e a Política confundem-se um com o outro, tamanha foi a importância de Churchill no plano político britânico e internacional.
Esta obra não é, assim sendo, um filme exclusivamente sobre Winston Churchill, mas é claramente um filme de Churchill (e por arrasto de Gary Oldman). É uma cinebiografia sim, mas não é uma cinebiografia tradicional porque essa nunca foi a sua intenção e ainda bem que assim é. O seu primordial objetivo não é explorar ao promenor a trajetória existencial e política de Churchill, mas sim o enfoque num momento especificio que marcou a sua Vida, o Reino Unido, a Europa, a Política e a 2ª Guerra Mundial.
O que é certo é que “Darkest Hour” explora esse momento de uma forma extraordinária.
O que se explora em “Darkest Hour” é a polémica eleição de Churchill como Primeiro Ministro numa época em que a Alemanha Nazi e as Forças do Eixo estavam a vencer claramente a 2ª Guerra Mundial, tendo em Maio de 1940 encostado o Reino Unido às cordas da rendição.
O que este filme nos explica é algo que os documentários do Canal História raramente exploram. É nos fornecido um dinâmico e excelente olhar histórico dos bastidores do Parlamento Britânico durante a Invasão da Alemanha da França e Bélgica e todo o alvoroço que se seguiu no Reino Unido. Os jogos de poder, os jogos políticos, as traições, os acordos, as guerras internas e externas, os rumores, os comentários, os ataques pessoais e a intimidade dos principais intervenientes políticos do Reino Unido, principalmente de Churchill, são todos maravilhosamente expostos. E são, acima de tudo, enquadrados de uma forma quase perfeita num imponente plano dramático, político e social que convence e, acima de tudo, elucida.
Não se quer por isto afirmar que “Darkest Hour” seja 100% exacto do ponto de vista histórico, mas pelo menos tenta ao máximo aproximar-se da História e passa um retrato minimamente correto dos eventos que explora. É, no fundo, isto que se deve pedir ao uma obra não documental com objetivos claramente comerciais. O que interessa é que a história que nos é contada é interessante e dinâmica, mas acima de tudo é nos muito bem contada.
E um dos seus melhores interlocutores é o soberbo Gary Oldman. São já várias as performances de luxo de Oldman em Hollywood, mas a sua interpretação de Winston Churchill é maravilhosa. Será desta que Oldman recebe o Óscar de Melhor Ator que, no passado, já lhe foi injustamente negado por tantas vezes? A ver vamos, mas admito que nem mesmo Daniel Day-Lewis chega, este ano, aos seus calcanhares. Infelizmente, esse Óscar deverá ser dos poucos que “The Darkest Hour” irá conquistar. É certo que a concorrência é forte, mas estamos mesmo perante um filme bem acima da média que, felizmente, escapa aos clichés dos filmes temáticos da 2ª Guerra Mundial.
Classifiocação - 4,5 Estrelas em 5
1 Comentários
Admiro o Gary Oldman desde sempre. Apaixonei-me por ele no "Drácula de Bram Stoker" e mais no "Paixão Imortal". Mas ele como Churchill é magistral. Adorei o filme.
ResponderEliminarOlá, João. "long time no see..." :)
Excelente crítica. O filme é isso mesmo que diz. Li críticas desfavoráveis, não às interpretações, mas à narrativa/história, e fiquei admirada, porque, tal como o João diz, o filme retrata apenas e "só" um momento de Churchill, um momento histórico e decisivo para o mundo, não só para a Europa.
Beijinhos :*