Crítica - Darkest Hour (2017)

Realizado por Joe Wright
Com Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Lily James

Os primordiais primeiros meses do icónico Winston Churchill como Primeiro Ministro do Reino Unido servem de base histórica e narrativa para “Darkest Hour”. Estamos perante um forte filme que, acima de tudo, é político, sim porque Churchill e a Política confundem-se um com o outro, tamanha foi a importância de Churchill no plano político britânico e internacional. 
Esta obra não é, assim sendo, um filme exclusivamente sobre Winston Churchill, mas é claramente um filme de Churchill (e por arrasto de Gary Oldman). É uma cinebiografia sim, mas não é uma cinebiografia tradicional porque essa nunca foi a sua intenção e ainda bem que assim é. O seu primordial objetivo não é explorar ao promenor a trajetória existencial e política de Churchill, mas sim o enfoque num momento especificio que marcou a sua Vida, o Reino Unido, a Europa, a Política e a 2ª Guerra Mundial. 
O que é certo é que “Darkest Hour” explora esse momento de uma forma extraordinária. O que se explora em “Darkest Hour” é a polémica eleição de Churchill como Primeiro Ministro numa época em que a Alemanha Nazi e as Forças do Eixo estavam a vencer claramente a 2ª Guerra Mundial, tendo em Maio de 1940 encostado o Reino Unido às cordas da rendição. 



O que este filme nos explica é algo que os documentários do Canal História raramente exploram. É nos fornecido um dinâmico e excelente olhar histórico dos bastidores do Parlamento Britânico durante a Invasão da Alemanha da França e Bélgica e todo o alvoroço que se seguiu no Reino Unido. Os jogos de poder, os jogos políticos, as traições, os acordos, as guerras internas e externas, os rumores, os comentários, os ataques pessoais e a intimidade dos principais intervenientes políticos do Reino Unido, principalmente de Churchill, são todos maravilhosamente expostos. E são, acima de tudo, enquadrados de uma forma quase perfeita num imponente plano dramático, político e social que convence e, acima de tudo, elucida. 
Não se quer por isto afirmar que “Darkest Hour” seja 100% exacto do ponto de vista histórico, mas pelo menos tenta ao máximo aproximar-se da História e passa um retrato minimamente correto dos eventos que explora. É, no fundo, isto que se deve pedir ao uma obra não documental com objetivos claramente comerciais. O que interessa é que a história que nos é contada é interessante e dinâmica, mas acima de tudo é nos muito bem contada. 
E um dos seus melhores interlocutores é o soberbo Gary Oldman. São já várias as performances de luxo de Oldman em Hollywood, mas a sua interpretação de Winston Churchill é maravilhosa. Será desta que Oldman recebe o Óscar de Melhor Ator que, no passado, já lhe foi injustamente negado por tantas vezes? A ver vamos, mas admito que nem mesmo Daniel Day-Lewis chega, este ano, aos seus calcanhares. Infelizmente, esse Óscar deverá ser dos poucos que “The Darkest Hour” irá conquistar. É certo que a concorrência é forte, mas estamos mesmo perante um filme bem acima da média que, felizmente, escapa aos clichés dos filmes temáticos da 2ª Guerra Mundial.

Classifiocação - 4,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Admiro o Gary Oldman desde sempre. Apaixonei-me por ele no "Drácula de Bram Stoker" e mais no "Paixão Imortal". Mas ele como Churchill é magistral. Adorei o filme.

    Olá, João. "long time no see..." :)

    Excelente crítica. O filme é isso mesmo que diz. Li críticas desfavoráveis, não às interpretações, mas à narrativa/história, e fiquei admirada, porque, tal como o João diz, o filme retrata apenas e "só" um momento de Churchill, um momento histórico e decisivo para o mundo, não só para a Europa.

    Beijinhos :*

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