Crítica - Beira-Mar (2016)

Realizado por Filipe Matzembacher e Marcio Reolon
Com Mateus Almada, Ariel Artut

Nos tempos que antecederam a sua estreia no Brasil. “Beira-Mar” correu muitos festivais e começou a ser apelidado como um admirável produto cinematográfico com um tema LGBT. É certo que não é um mau filme, mas está longe de ser uma obra de excelência.
A sua história debruça-se, sobretudo, em dois temas: a curiosidade perante a tensão sexual e o despertar da sexualidade/ homossexualidade. Embora apresenta um enredo que transforma estas bases em pontos cativantes, ”Beira-Mar” deixa algo a desejar como um filme objetivo e capaz.
No fundo estamos perante um filme dramaticamente estanque e parado que, até ao seu final, vai desenvolvendo o vai e vem da proximidade sexual entre dois amigos. Um deles confuso com a sua sexualidade e sentimentos, o outro mais próximo da aceitação e dos seus sentimentos. O que se desenvolve é uma espécie de história de amor juvenil que, na realidade, nunca chega a ser uma real história de amor, já que no fim fica a ideia que por parte de um dos jovens existiu apenas o sentimento de curiosidade. Ainda assim, “Beira-Mar” explora muito bem as dictomias dos sentimentos relativos aos desejos homossexuais, à curiosidade da bissexualidade e à vontade de permanecer no seio do padrão dito ”normal” da heterossexualidade, nem que para isso se finjam comportamentos e se evitem desejos. 
Na teoria estamos perante um filme muito interessante que poderia, realmente, promover uma história acima da média e até educativa. O problema é que a sua promissora premissa é explorada por um argumento seco e estéril em ritmo e drama que acaba por minar o que poderia ser um bom resultado final. Em certa medida compreende-se o estilo quase art-house que se quis dar ao filme, mas perante o espirito da história deveria ter existido um maior foco na objetividade!

Classificação - 2 Estrelas em 5

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