Crítica - The Foreigner (2017)

Realizado por Martin Campbell
Com Pierce Brosnan, Jackie Chan, Charlie Murphy


Nos últimos tempos habituamos-nos a ver Jackie Chan em filmes bem menos conseguidos e bem menos populares do que aqueles que o catapultaram-no para a fama em Hollywood, como “Rush Hour” ou “Shanghai Noon”, por exemplo. É claro que pese embora os seus últimos projetos menos positivos, Chan ainda é um ator muito querido em Hollywood, isto sem mencionar que é uma super estrela na China. É mais neste mercado que Chan tem aparecido nos últimos anos, aliás neste país goza do pródigo estatuto de divindade cinematográfica, já que é de longe o ator chinês mais popular do planeta.
Embora o seu foco profissional esteja agora no mercado chinês, Chan não fechou de todo as portas ao Mercado de Hollywood, mas curiosamente foi graças a um produção ambientada no Reino Unido e sem grandes estrelas de Hollywood (excepto Pierce Brosnan) que Chan voltou a cair nas boas graças da crítica especializada. Trata-se precisamente deste “The Foreigner”, uma produção Anglo-Chinesa que, por um lado, traz-nos Chan no papel a que melhor nos habituou, ou seja, um mestre guerreiro com impressionantes capacidades de luta. Mas por outro também nos consegue mostrar o lado mais profissional, dramático e sério de Chan que, aqui, assume uma personagem que vai muito além dos habituais clichés relacionados com o passado deste popular ator. É portanto refrescante ver Chan assumir um papel que realça o seu melhor e não há duvidas que este aspeto ajudou a elevar o nível de “The Foreigner”.
Baseado no livro “The Chinaman”, de Stephen Leather, o seu enredo centra-se na personagem de Chan, um simples emigrante vietnamita a viver em Londres que vida uma vida pacata com a sua filha. Mas tudo muda quando a sua filha é morta num atentado terrorista provocado por uma nova fação do IRA, o exército de Libertação da Irlanda do Norte que, após anos de inatividade e num clima de paz entre a Irlanda do Norte e o Reino Unido, muitos julgavam ser uma ameaça do passado. Sem respostas nem culpados concretos para a morte da sua filha, este simpático empresário lança-se numa jornada de vingança contra uma versão moderna do IRA que o vai levar a enfrentar terroristas, políticos, espiões e assassinos profissionais e tudo na esperança de vingar a sua filha.  
Trata-se portanto de uma trama mais séria do que aquilo que se poderia esperar. E consegue também bons resultados ao trazer para o presente uma ameaça bem real do passado, acabando por modernizá-la no contexto de uma intriga cheia de ação, mas que ainda assim elucida bem o espectador sobre aquilo que o IRA representou.
Neste contexto surpreendentemente positivo não é de estranhar que Chan também brilhe ao mais alto nível. É certo que o restante elenco não acompanha os níveis da sua paixão e da sua capacidade profissional, mas pelo menos não mancham um resultado final satisfatório que poucos julgariam ser possível. “The Foreigner” já está disponível em VOD e no Filmin. 

Classificação - 3 Estrelas em 5

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