Crítica - Goosebumps (2016)

Realizado por Rob Letterman
Com Jack Black,

Nos Anos 90, a icónica série de livros de terror “Arrepios” chegou à televisão graças a uma muito interessante série televisiva live-action. Este projeto transportou para o pequeno ecrã com grande sucesso alguns dos contos mais arrepiantes da colectânea e, de certa forma, transformou-se num show de culto. Vários anos mais tarde, já em pleno Seculo XX, Hollywood tentou aproveitar os avanços tecnológicos na área dos efeitos especiais para transpor “Arrepios” para o grande ecrã numa longa metragem direcionada para um público juvenil. Entre avanços e recuos, a versão cinematográfica de “Arrepios”/ “Goosebumps” lá acabou por avançar. 
Em vez de retratar uma história presente na antologia literária, como fez a série televisiva por via dos vários episódios, o filme cria uma nova narrativa onde junta certos aspetos da mitologia associada à saga e coloca-os no epicentro de uma mediana aventura juvenil. O resultado não é o melhor. Ao fazer isto desvirtua por completo o legado e a imagem da saga literária que, como se sabe, promove um enredo fiel ao terror num contexto juvenil e com um certo humor e descontracção, mas sempre rodeado por um forte grau de suspense e extravagância. Esta ideologia é abandonada pela versão cinematográfica que, infelizmente, privilegia um humor banal e uma ação desnivelada em detrimento de um contexto mais assustador e curioso. Pese embora a aposta nesta fórmula pouco convincente, “Goosebumps” foi um sucesso comercial, mas um enorme insucesso junto da crítica. O sucesso desta primeira entrega lá rendeu uma sequela ainda pior que o primeiro filme e, essa sim, um verdadeiro desastre em toda a linha. Este duplo desastre pode significar o fim da linha deste atual formato, mas talvez daqui a uns anos, “Goosebumps” possa regressar ao cinema, mas desta vez num registo mais fiel ao espírito da saga literária. Os espectadores aí vão agradecer.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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