Crítica - It (2017)

Realizado por Any Muschietti
Com Bill Skarsgård, Sophia Lilli 

Estreará este ano nos Cinemas Portugueses a sequela de “It” intitulada “It: Chapter 2”. Enquanto esse filme não nos chega, porque não recordar o primeiro filme estreado em 2017. Trata-se de uma adaptação cinematográfica do homónimo livro de terror de Stephen King que, no início dos Anos 90, já tinha tido direito a uma elogiada adaptação televisiva!
Esta obra cinematográfica, dirigida por um talentoso Andy Muschietti que já tinha brilhado em “Mama”, promove um bom entretenimento para os fãs de terror. Em primeiro lugar presta uma justa homenagem ao livro de King e não promove alterações muito radicais em relação à história literária original. Ao manter inalterado o espírito, a base e as origens do livro, Muschietti e a sua Equipa conseguiram passar para o grande ecrã as palavras de King e, no fundo, respeitaram a sua mensagem e o seu processo criativo. Este foi já um passo em direção ao sucesso e, embora o filme tenha imperfeições e não seja uma adaptação 100% fiel, seria injusto afirmar que não respeitou o produto original porque, efetivamente, os principais elementos estão lá. O que transforma o conto de King numa obra prima foi replicado, com grande honestidade, no produto cinematográfico e pouco mais se poderia pedir a Muschietti neste capítulo.
Tal como no livro, “It “transporta-nos até à pequena cidade de Derry, no Maine, onde um grupo de pré-adolescentes é confrontado com os seus maiores medos quando inicia um confronto com o maquiavélico palhaço Pennywise, cujo historial de crimes e violência é recorrente há séculos.
Como se depreende pela premissa, Pennywise é o grande vilão de “It” (Atenção a Frase Seguinte Contém Spoilers) e será também o grande vilão da sequela. Não é apenas o grande vilão do filme, mas sobretudo o seu grande chamariz e força motriz. Todo o projeto gira em redor da extravagância deste vilão e do medo, dos arrepios e da tensão que a sua presença (e ausência) promovem junto do espectador!




Esta enorme criação de King é a estrela de “It” e tem sido uma presença recorrente na Lista de Maiores Vilões da História do Terror desde o longínquo ano que marcou o lançamento da série televisiva que apresentou, pela primeira vez, um retrato de imagem real deste palhaço assustador. Se gosta de grandes vilões e histórias arrepiantes que giram em seu redor, então não terá problemas em ver “It” e de certeza que ficará satisfeito com o resultado final. 
Mas embora tenha um grande vilão (interpretado com qualidade por Bill Skarsgård) e uma base narrativa imaginada por Stephen King, “It” não está isento de falhas. Pese embora a sua história cumpra o esperado no que toca a filmes de terror, não é, de todo, um filme alucinante, tenso e forte do início a fim. Infelizmente tem alguns momentos parados e pouco significativos que prejudicam o desenlace. Também as reais sequências de terror são escassas em comparação com as expectativas criadas, mas surpreendentemente isso não afeta tão negativamente o filme como seria de esperar. E isto acontece porque o impacto desta falha acaba por ser suavizado pela mestria como o suspense vai sendo construído e nos vai levando até uma conclusão recheada de emoção. 
É evidente que “It” esta longe de ser um filme perfeito, mas é, sem dúvida, um representante competente do Terror e da obra e Stephen King. Espera-se que a sequela mantenha o nível apresentado e que nos volte a apresentar um Pennywise capaz de protagonizar os nossos piores pesadelos.


Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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