Crítica - Na Sombra do Medo (2019)


Realizado por Alistair Banks Griffin
Com Naomi Watts, Jeremy Bobb, Brennan Brown  

Naomi Watts tem o dom de transformar quase todos os filmes em que entra em obras que, pelo menos, suscitam alguma curiosidade, tamanho é o seu talento para a representação. Mas certo é que, nos últimos anos, são vários os thrillers protagonizados por este astro de Hollywood que têm ficado bem longe das expectativas, sendo que à cabeça nos recordamos do medíocre "Shut In". É bem verdade que esta sua mais recente aposta, "Na Sombra do Medo"/ "The Wolf Hour", apresenta-se como um melhor produto que esse filme de 2016, mas ainda assim entra também na categoria de filmes abaixo da média que, claramente, não merecem o nível da sua protagonista.
Watts interpreta June Leigh,  outrora  uma  conhecida  figura  da  contracultura  Nova  Iorquina que vive há  já  10  anos  sozinha,  em  reclusão  no  seu  apartamento  do  Bronx  Sul,  tendo  cortado  todo  o contacto com o mundo exterior.  Agora, no auge de um dos momentos mais tenebrosos da história de Nova Iorque – os motins raciais do verão de 1977, June apenas tem de olhar pela janela para ver a violência escalar com o aumento do calor de verão. Com o calor brutal, a campainha da porta que toca sem cessar, os tumultos na rua e a renda por pagar, June percebe finalmente que não tem outra forma de ultrapassar a situação em que se encontra senão recomeçar a escrever. Mas para isso terá de conseguir superar os seus medos, e evitar que a violência do exterior penetre no seu mundo.</div>
Tal como se percebe, "Na Sombra do Medo"é um thriller diferente, mas é um thriller estranho. A ideia até é boa, mas o filme em si é tão opressivo e com um estilo tão imponderado que qualquer noção minimamente interessante pede-se num deserto de criatividade. O argumento é fundamentalmente mau e quase nada consegue amenizar o seu impacto negativo.  E aqui, lá está, remeto novamente para Watts que, graças ao seu talento, consegue incutir bem mais qualidade a este filme do que aquela que o mesmo teria sem ela. A sua performance evita uma desgraça maior e prova que merecia, claramente, algo bem melhor.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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