Crítica - Midsommar (2019)

Realizado por Ari Aster
Com Florence Pugh, Will Poulter, William Jackson Harpe

Foi um dos filmes de terror mais badalados de 2019 e com a sua razão. O resultado final é positivo é certo, mas fica uns furos abaixo em relação ao nível esperado pela grande expectativa que foi criada em seu redor. Sim, Ari Aster volta a demonstrar criatividade e talento para o terror, mas ainda assim há algum desequilibro nesta produção, cuja intriga centra-se num grupo de jovens que é convidado a participar num festival regional de Verão na Suécia que, ao contrário do que poderiam esperar, torna-se no epicentro de rituais violentos e bizarros.
É impossível não vermos "Midsommar" sem recordar o clássico "Wicker Man" ou o seu remake protagonizado por Nicolas Cage. O espírito é praticamente o mesmo e o percurso percorrido nos dois projetos é algo semelhante, mas "Midsommar" deixa bem mais cedo bem claro que estamos prestes a entrar num festival de carnificina pagã com objetivos bem claros. Não há por isso grande suspense no desenrolar da história, porque todos nós sabemos desde cedo para onde o filme caminha, sendo a única dúvida o destino da personagem principal interpretada por Florence Pugh. Ficamos com essa dúvida até final e o seu desfecho revela-se bastante poderoso e corajoso, já que se esperava algo mais previsível. E aqui encontramos outra semelhança com "Wicker Man" mas de uma forma diferente. É porque se o clássico teve a coragem de dar um desfecho macabro ao seu protagonista, "Midsommar" teve igual coragem em dar à doce Dani de Florence Pugh um twist maquiavélico mas igualmente intenso. 
O grande problema do filme não está na sua pródiga conclusão ou na sua promissora introdução, mas sim no meio onde não está a virtude. Os motivos dos vilões são denunciados muito rapidamente e de forma objetiva, criando assim um desenrolar de eventos algo constrangedor, previsível e com pouca chama no que ao terror diz respeito. A partir de certo ponto é impossível não questionar o porque dos jovens protagonistas não terem a destreza mental para não fugir dali o mais rapidamente possível, tamanha é a clareza das intenções dos habitantes da aldeia que os acolhe. E esta questão pode ser feita muito cedo no filme, logo denuncia bem que há algum desequilibro na forma como é explorada a intriga e como pouco compreensíveis algumas atitudes acabam por se revelar
Só mesmo o final é que corresponde ao nível de carnificina que era esperado, já que até então o filme até se revela bastante suave e levezinho. É um bom filme de terror, mas "Midsommar" não é excelente e nem o melhor filme de terror de 2019 foi. É mais um grande projeto de Aster que, ainda assim, parece capaz de algo mais corajoso. E o que dizer de Florence Pugh? Apenas que "Midsommar" representa mais um capítulo positivo na sua já poderosa filmografia. Os seus talentos são evidentes e não há duvidas que continuará a brilhar em mais filmes e nos mais variados estilos!

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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