Crítica - Milagre na Cela 7 (2020)


Realizado por Nuel C. Naval
Com Aga Muhlach, Bela Padilla, Xia Vigor

No famosa comédia"Tropic Thunder", a personagem interpretada por Robert Downey Jr. durante um célebre diálogo com a personagem de Ben Stiller dá-lhe um conselho sobre o que um ator nunca deve fazer: "Never Go Full Retarded". E diz-lhe isto porque, no filme anterior protagonizado pela personagem de Stiller, este interpretou uma pessoa com graves deficiências e a personagem de Downey Jr. explicou-lhe que ninguém, nem mesmo a Academia, gosta quando esse nível de deficiência é atingido. E prossegue ao dar exemplos de filmes com personagens deficientes que foram um sucesso, como "Rain Man" ou "Forrest Gump", e outros que foram um gigante fracasso, como "I Am Sam". 
E porque uso o exemplo deste mítico diálogo de "Tropic Thunder"? É porque "Milagre na Cela 7", tal como o original sul-coreano que deu origem a este remake turco (sim o filme nem é original a este ponto), vai ao encontro de "I Am Sam" e revela-se um filme que, como diz e bem o Lazarus de "Tropic Thunder", atinge o nível "full retarded" e, como ele também diz e muito bem, nunca se deve ir "full retarded". Mas parece que os criadores deste filme turco ou do filme sul-coreano não viram "Tropic Thuner" ou não aprenderam a lição com outros célebres exemplos e promoveram, assim, um melodrama barato com uma trama risivelmente dramática que usa vergonhosamente a deficiência do seu protagonista para tentar levar os mais impressionáveis às lágrimas graças a exploração exagerada e completamente inconcebível da sua ligação familiar com a sua filha.
É claro que "Milagre na Cela 7" puxa ao sentimento, mas não é de todo um bom drama, nem um bom filme. É uma obra que se limita a espremer e prostituir as emoções mais puras do Ser Humano em prol de promover um sentimento de pena verdadeiramente desprezível. É verdade que é um dos filmes mais populares do momento da Netflix, mas "Milagre na Cela 7" não me provocou qualquer emoção positiva, mas sim muitas negativas, entre elas os desdém pela forma como usa estratégias narrativas tão superficiais para se tenta aproveitar da emoção dos espectadores. Tal como "I Am Sam", "Milagre na Cela 7" é um flagelo cinematográfico, mas pelo menos o primeiro tinha um grande ator como Sean Penn que tentava conferir alguma seriedade ao filme, já "Milagre na Cela 7" nem isso tem!

Classificação - 1 Estrela em 5

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