Crítica - El Hijo (2019)

Crítica - El Hijo (2019)

Realizado por Sebastián Schindel
Com Joaquín Furriel, Martina Gusman, Luciano Cáceres

Proveniente da Argentina, “El Hijo” é, sem dúvida, um dos filmes mais estranhos dos últimos anos, mas é um estranho interessante. E reforço a origem deste projeto, já que não é a primeira vez que, nos tempos recentes, o Cinema Argentino tem presenteado o público com filmes bizarros que, pese embora alguma excentricidade extra, conseguem brilhar e convencer o grande público.
Sob um ambiente muito negro e um estilo narrativo pausado, “El Hijo” desenvolve a saga dramática do pintor Lorenzo que, após ser pai, desconfia que a sua mulher está a privá-lo de estar com o filho bebé e vê a sua vida entrar numa espiral de loucura que envolve feitiçaria, sequestros, psicoses e rituais paranormais.
O desenvolvimento de “El Hijo” pauta muito pela bizarra relação do protagonista com o mundo que o acolhe e, assim, vai promovendo a dúvida junto do espectador sobre a veracidade da realidade que o rodeia. O jogo entre o que parece real e o que se aproxima à ilusão é bem montado e vai promovendo a dúvida sobre o que de facto está a acontecer e se o que acontece é efetivamente aquilo que o protagonista percepciona. E toda esta preparação psicológica desagua numa conclusão bastante bizarra que, ainda assim, deixa o espectador sem uma resposta definitiva relativamente aos eventos que movem o drama de Lorenzo.
O final ambíguo era expectável e de certa forma revela-se positivo, já que perante o espírito bastante negro do filme tal conclusão revela-se adequada. Fica a cargo do espectador atar as pontas soltas que a obra deixa no ar e promover as teorias que mais desejar, mas o que é certo é que o final, por muito ambíguo que seja, revela claramente que estamos perante algo superior a uma psicose. Mas nenhuma resposta definitiva é fornecida e, de certa forma, “El hijo” acaba por beneficiar com essa dúvida!

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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