O movimento antirracista que varre os EUA e o Mundo está já a ter consequências no património cinematográfico de Hollywood. A mais recente vítima? O épico dramático "E Tudo o Vento Levou", um dos filmes mais premiados da História do Cinema. Nos últimos dias, a HBO Max retirou o filme do seu catálogo nos Estados Unidos por considerar que se trata de um filme que, perante a visão dos dias de hoje, é tida como polarizadora já que transmite uma visão idílica da escravatura e perpetua estereótipos racistas. A história do filme de 1939 desenrola-se durante uma época da história americana onde a escravatura era permitida e em locais do sul, onde a escravatura era crucial para os negócios dos grandes empresários e das grandes famílias do sul. Embora o filme tenha ajudado a quebrar barreiras raciais em Hollywood, já que foi dos primeiros a empregar um grande contingente de atores afro-americanos e até de ter permitido que a atriz afro-americana Hattie McDaniel fizesse história ao conquistar um Oscar pela sua interpretação de uma escrava, certo é que o filme é alvo de muitas críticas raciais. Embora tenha sido retirado do catálogo da HBO Max nos EUA, certo é que "E Tudo o vento Levou" permanece como um dos grandes vultos do cinema e um clássico adorado por milhões que ajudou a moldar a história do cinema.
Embora seja difícil de compreender o ódio em relação a "E Tudo o Vento Levou", já é aceitável compreender as críticas que outros clássicos da mesma era de Hollywood estão a enfrentar. Uma dessas obras é "A Canção do Sul" que, recentemente, foi retirado do catálogo da Disney+. É de recordar que este filme promove uma caricatura bem mais agressiva da escravatura e dos afro-americanos, promovendo sequências que usam estereótipos da cultura negra e gozam com maneirismos dos afro-americanos. Também "O Nascimento de Uma Nação" (1915), um dos primeiros grandes filmes de Hollywood, tem vindo a ser proibido, já que promove uma mensagem profundamente racista e de apoio a ideologias pró-escravatura.
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