Crítica - The Old Guard (2020)

Realizado por Gina Prince-Bythewood
Com Charlize Theron, Chiwetel Ejiofor, Kiki Layne, Marwan Kenzari, Luca Marinelli

Está já em exibição na Netflix o filme de ação "The Old Guard". Esta é um daquelas super produções da Netflix que rivalizam com os blockbusters de Hollywood e que poderiam até render um aceitável nas bilheteiras mundiais (numa época que não de pandemia). Mas tal como já provou com outras obras originais dignas da descrição blockbuster que estrearam num passado ressente, a Netflix não está de todo interessada em conquistar as salas de cinema, mas sim promover e apresentar um conteúdo diversificado na sua própria plataforma. E "The Old Guard", que estreia bem no epicentro da tradicional época de blockbusters (que este ano foi um pouco alterada devido à pandemia), parece ser a resposta interna da Netflix às grandes produções que, por esta altura, costumam faturar milhões em todo o mundo.
Trata-se de uma adaptação cinematográfica da homónima graphic novel de Greg Rucka, que também colaborou na criação do argumento, e que nos relata a jornada de Andy (Charlize Theron), a líder de um grupo secreto de mercenários imortais. Este grupo participa há séculos em missões que visam proteger a Humanidade, mas os seus membros lutam também para nunca serem reconhecidos, algo que se vem tornando cada vez mais difícil. Quando participarem numa missão, as suas poderosas habilidades conquistam uma indesejada visibilidade e o secretismo que até então os protegia deixa de existir e, agora, ficam mais expostos do que nunca a novas ameaças e a interesses externos.
Ao contrário do que se poderia pensar, "The Old Guard" não entra por um caminho de ação sobrenatural. É claro que a origem dos nossos corajosos e extravagantes protagonistas tem uma base sobrenatural, mas a trama desenrola-se sob um preceito bastante realista que mete ao barulho o capitalismo e os sempre obscuros interesses dos grandes grupo farmacêuticos. É por isso um twist interessante que é dado à base sobrenatural da imortalidade. E, por isso, em vez dos Heróis Imorais defrontarem Demónios, Deuses, Aliens ou outros Guerreiros Imortais (vamos recordar o clássico "Highlander"?),  Andy e Companhia têm que enfrentar em "The Old Guard" o lado mais sombrio do Capitalismo.
Embora ligeiramente refrescante não se pode dizer que a narrativa que nos é apresentada seja transcendente. Pese embora as energias positivas não resiste a promover clichés típicos, nomeadamente na reta final onde os estereótipos mais previsíveis acabam por minar um desenlace que poderia ter outro vigor. A porta para uma sequela (ou prequela) fica aberta e, tendo em conta o valor acima do razoável desta primeira entrega, é bem provável que a Netflix volte a investir neste conceito e neste franchise. E espera-se que as próximas entregas sigam os bons passos dados por este primeiro filme, e que, especialmente, promovam sequências de ação tão bem coordenadas e tão coerentes como as apresentadas nesta entrega.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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