Crítica - Crimes de Família (2020)



Realizado por Sebastián Schindel

Com Cecilia Roth,Miguel Ángel Solá,Benjamín Amadeo


Pode ter nome de thriller criminal, mas “Crimes de Família” é, na realidade, um forte drama social e moral que promove uma trama repleta de realismo social que nos oferece uma curiosa visão sobre o sistema judicial da Argentina e as tendências morais, religiosas e económicas de uma sociedade cada vez mais fragmentada.

Na base da trama temos Alicia, uma mulher de meia idade de classe média-alta que vive um bairro de luxo de Buenos Aires. Quando o seu filho é acusado de violar e tentar assassinar a ex-mulher, Alicia embarca numa jornada que mudará a sua vida para sempre e que engloba também um curioso drama judicial com a sua empregada doméstica. 

Ao longo do filme saltamos entre dois julgamentos de pessoas próximas a Alicia e ambos têm na sua génese crimes graves. E Alicia é sempre a denominadora comum entre ambas e, no final, revela-se chave no desfecho do sentido de justiça para ambos os casos. E para que tal aconteça, Alicia coloca em causa noções de família, maternidade, justiça, moralidade e ideias sociais que promovem um turbilhão de emoções que culminam, após uma pequena maratona emocional, num final justo mas poderoso.

É portanto um bom drama humano num contexto judicial e até político que aborda uma multiplicidade de temas diferenciadores de uma forma simples mas compenetrante. É quase um teste de honestidade e desunamindade que vai surpreendendo a cada revelação e que convida os espectadores a tecerem os seus próprios percursos dentro do filme. No final, “Crimes de Família” permite tirar um retrato Humano muito interessante e intento que joga também com as peculiaridades socio-economicas do povo argentino para exacerbar divisões e confrontos entre ideias morais, religiosos e económicos. 


Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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