Crítica - Operação Final (2018)

Crítica - Operação Final (2018)

Realizado  por Chris Weitz 

Com Oscar Isaac,Ben Kingsley,Lior Raz


Baseado numa história real, "Operação Final" transporta-nos até 1960, 16 anos após o final da 2ª Guerra Mundial. Nestes 16 anos muitos foram os Nazis que escaparam ao escrutínio da opinião pública e, também à justiça. Só o famoso Julgamento de Nuremberga deu algum alento aos sobreviventes do Holocausto e da Guerra, mas até este julgamento foi considerado limitado por muitos. É certo que, por esta altura, as grandes figuras do regime Nazi já estavam mortas, mas havia algumas personalidades ainda foragidas. A encabeçar esta lista estava  Adolf Eichmann, o Arquiteto da Solução Final do Regime Nazi que, após ser capturado durante a Guerra, conseguiu fugir para a Argentina. Foi neste país Sul-Americano que a Inteligência de Israel o encontrou e enviou um grupo de espiões israelitas  numa missão ousada para capturar o criminoso de guerra e levá-lo a julgamento. 

A história da Operation Finale que dá nome a este thriller dramático é muito conhecida mundialmente, porque tal como a ousada operação militar que é retratada no filme "Munich" de Steven Spielberg, comprovou a capacidade dos serviços secretos de Israel. Hoje existe um museu inteiro dedicado a esta Operação e ao Julgamento que acabou por condenar Eichmann à morte. Este foi, aliás, o primeiro e único julgamento de um Nazi assumido a ter lugar em Israel. Os fãs da Netflix poderão estar agora a lembrar-se da série documental "The Devil Next Door" que retrata uma história similar. Mas, neste caso, John Demjanjuk acabou por ser ilibado pelos Tribunais Superiores de Israel e o seu envolvimento em Crimes de Guerra nunca foi comprovado em tribunal. 

Falamos de "Munich", mas esta obra de Spielberg é muito superior a este "Operação Final". Este é, ainda assim, um filme razoável e muito curioso que retrata mais uma curiosa história militar de Israel repleta de ambiguidades morais. Mas é um filme mais parado do que o esperado e que acaba por ceder cedo de mais aos caprichos do  melodrama. 

O que esta obra tem realmente de positivo é um elenco interessante, onde o veterano Ben Kingsley (quase irreconhecível) dá um show na sua interpretação de  Adolf Eichmann. E o desenvolvimento desta personagem acaba até por ser bem mais interessante e emotivo que o das personagens israelitas,muito também por causa da performance de Kingsley. E, claro, Portugal está também bem representado nesta obra graças a uma performance secundária de luxo por parte de Pepe Rapazote. 


Classificação - 3 Estrelas em 5

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