Crítica - The Guilty (2021)

Realizado por Antoine Fuqua

Com Jake Gyllenhaal, Paul Dano, Ethan Hawke


Remake de Hollywood e da Netflix do elogiado e consagrado thriller dinamarquês de Gustav Möller que, em 2018, esteve às portas da nomeação ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, "The Guilty" não é em nada superior a esta obra nórdica, mas embora longe da tensão e da criatividade do filme original existe, ainda assim, alguns pontos de interesse neste esforço americano. 

Protagonizada por um mais que competente Jake Gyllenhaal esta versão mais polida mas menos portentosa da obra dinamarquesa segue a história de Joe Baylor, um polícia suspenso de funções que tem trabalhado como operador do serviço de emergência. No final do seu turno, Baylor recebe a chamada de uma mulher sequestrada e é rapidamente arrastado para um mundo de puro caos que coloca e causa a sua própria realidade.

É inegável que o enredo entrega uma forte dose de tensão e, sobretudo, de incerteza em relação ao desenlace dos dois principais arcos narrativos. Mas embora comece de forma prometedora, "The Guilty" vai perdendo fulgor, nomeadamente no que toca a um dos seus arcos narrativos que acaba por ser desvirtuado pelo reforço negativo de temas políticos como Black Lives Matter e Abusos de Policia. É certo que na obra original este arco é também influenciado por eventos similares, mas o remake norte-americano vai muito mais além e incute uma abordagem política (e racial) completamente desnecessária que acaba por abalar um desenlace final que poderia ser muito mais emotivo e dramático.

No final de contas, "The Guilty" tem valor, mas nunca será mais que um aceitável thriller com uma premissa intrigante que deriva de uma obra original muito superior. Não se pode dizer que Hollywood tenha estragado a versão Europeia, mas a sua inexplicável "americanização" quase matou uma fórmula à prova de bala. 


Classificação - 3 Estrelas em 5

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