Crítica - A Viagem de D.Pedro (2022)

Realizado por Laís Bodanzky

Com Cauã Reymond, Renan Bleastè


Em 2022 comemora-se o 200º Aniversário da Independência do Brasil. Embora a independência oficial do Brasil do Reino de Portugal só tenha ocorrido em 1825, foi em 1822 que teve lugar o evento histórico mais simbólico relativo a este processo de independência: O Grito do Ipiranga. Foi no dia 7 de Setembro de 1822 que, junto às margens do riacho Ipiranga, num local correspondente à atual cidade de São Paulo, que D.Pedro IV, Rei de Portugal refugiado à data no Brasil, proferiu junto às suas hostes um discurso pro-independência do Brasil que ficou conhecido como o Grito do Ipiranga. Este momento levou à coroação de D.Pedro IV de Portugal como D. Pedro I, Imperador do Brasil.

Embora Imperador do Brasil, D.Pedro continuou durante largos anos em litígio com o Reino de Portugal e com a sua Corte que o deixou de o reconhecer como Monarca. Em 1831, D. Pedro deixou inclusive o Brasil já independente rumo à Europa, a fim de preparar a luta contra o irmão Miguel pelo trono de Portugal, onde é tido como traidor. Pouco se sabe sobre o que se passou durante este viagem transatlântica, mas em jeito de comemoração do 200º Aniversário do Grito do Piranga, Laís Bodanzky decidiu reimaginar o que poderá ter ocorrido e que pensamentos passaram pela cabeça do monarca. É o resultado dessa reimaginação que vemos em "Pedro"/ "A Viagem de D.Pedro", onde o monarca interpretado pelo astro brasileiro Cauã Reymond recorda diversos momentos da sua vida, a infância, o casamento com Leopoldina, o romance com Domitila de Castro e imagina discussões com o irmão que pretende combater em Portugal!

Embora historicamente factual em certas recordações, certo é que estamos perante um exercício de encenação histórica que pretende mostrar o lado mais pessoal por detrás de uma das figuras monárquicas mais polarizantes do Brasil e Portugal. Reymond tem uma forte presença e interpretação como D.Pedro e, de certa forma, acaba por ser das poucas coisas claramente positivas deste projeto que, infelizmente, perde-se em demasia no subjetivismo e numa componente filosófica algo estranha.


Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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