Crítica - Emily (2023)

Realizado por Frances O’Connor

Com Emma Macke, Fionn Whitehead, Oliver Jackson-Cohen

 

Sem grande pompa, "Emily", uma cinebiografia  indie que nos traz Emma Mackey no papel da lendária autora inglesa Emily Brontë, chegou esta semana aos cinemas nacionais. Este projeto marca a estreia de Frances O’Connor num cargo de realização e foi, em tempos, uma das grandes apostas dos seus produtores para a época de prémios. Uma aposta que se revelou inexistente, já que numa decisão de última hora o seu lançamento foi atirado para a época morta do ano, algo que impossibilitou a sua candidatura a qualquer prémio. 

Após uma estreia bastante discreta nos Estados Unidos e um lançamento ainda mais discreto em Portugal será que conseguimos hoje dizer que os seus produtores tomaram a decisão correta ao condenar este projeto a um rumo discreto e secundário? Infelizmente, "Emily" foi injustiçado e, embora concorde que teria poucas hipótese de causar qualquer impacto na época de prémios, não há dúvidas que merecia uma maior atenção e carinho, isto porque é de facto um virtuoso retrato cinebiográfico de Emily Brontë, autora do icónico romance "O Monte dos Vendavais".

Quem já leu obras de  Brontë e se apaixonou por "O Monte dos Vendavais" que é, sem dúvida, uma das obras literárias mais icónicas do Século XIX, verá este projeto como um retrato de qualidade  que explora algumas das polémicas que rodearam a vida da autora e que nos mostra as circunstâncias, inspirações e controvérsias que levara à criação da sua maior obra prima. É uma cinebiografia bastante completa e habilmente produzida que nos dá a conhecer a mulher e as bases por detrás de uma icónica peça literária e, ao mesmo tempo, ajuda-nos a compreendê-la um pouco melhor, já que nos fornece o contexto e as bases para a sua criação. Mesmo quem nunca tenha ouvido falar de Emily Brontë ou lido "O Monte dos Vendavais" ficará cativado por esta cinebiografia e talvez a sua maior virtude é que poderá levar essas mesmas pessoas a descobrirem uma das maiores obras literárias da história.

Classificação - 3,5 Estrelas em 5