Crítica - Master (2022)

Realizado por Mariama Diallo

Com Regina Hall, Zoe Renee, Julia Nightingale

Tal como "Emergency", "Master" é um filme da Amazon Prime Video que vai a fundo em questões raciais. É um tema que a Amazon fez questão de explorar a fundo em vários dos seus filmes em 2022, mas estes dois acabam por ser os exemplos mais dinâmicos e mediáticos. Mas "Master" acaba por estar uns furos abaixo da obra indie realizada por Carey Williams. 

Realizado por Mariama Diallo, uma das grandes promessas da realização feminina e afro-americana, "Master" conta a história de três mulheres afro-americanas que lutam para encontrar os seus lugares numa respeitada universidade localizada numa área predominantemente branca e marcada por várias histórias sobrenaturais.  Quando ataques racistas anónimos são cometidos contra uma dessas jovens, uma caloira que insiste que está a ser assombrada por fantasmas do passado da escola, as outras duas mulheres, ambas professoras na instituição, percebem que o elitismo indiferente da escola pode estar a disfarçar algo muito mais sinistro.

Se em "Emergency" se elogia, por exemplo, a sagacidade como é explorada a questão racial, já em "Master" devemos criticar esta mesma abordagem.  Existe um forcing excessivo e nada dinâmico na vertente racial e isto acaba por dinamitar o suspense e o desenvolvimento da história que, infelizmente, acaba sem grandes respostas e sem grande garra. Toda a dinâmica sobrenatural ou criminal que vai sendo desenvolvida acaba por não dar em nada, mas sobretudo não se percebe como é que a conclusão anti-elitista caucasiana acaba por se coadunar com, por exemplo, a trágica história da jovem Jasmine, uma vítima cujo desfecho trágico acaba por não ter uma real consequência. 

É certo que a premissa prometia e que a primeira parte ainda consegue prender o espectador e perspectivar algo maior e diferenciador, mas "Master" vai-se perdendo em desvios incoerentes e em lutas que não soube defender nem valorizar. 

Classificação - 2 Estrelas em 5