Crítica - Tetris (2023)

Crítica - Tetris (2023)

Realizado por Jon S. Baird

Com Taron Egerton, Toby Jones, Nikita Yefremov,


A Apple+ lançou recentemente "Tetris", cinebiografia sobre a criação do homónimo jogo que, ao longo da sua história, vendeu mais de 202 milhões de cópias oficiais em todo o mundo, tornado-se num dos mais vendidos de todos os tempos, estando disponível em mais de 65 plataformas, além de ter influenciado diversos outros jogos e indústrias. Realizado por Jon S. Baird, "Tetris" transporta-nos até à Guerra Fria para narrar como se desenrolou a verdadeira história da batalha legal de alto risco para garantir os direitos de propriedade intelectual referente ao jogo Tetris que, em 1984, foi criado pelo engenheiro de software soviético Alexey Pajitnov.
Taron Egerton, Toby Jones, Nikita Yefremov, Roger Allam, Anthony Boyle, Togo Igawa, Ken Yamamura, Ben Miles, Matthew Marsh e Rick Yune integram o elenco deste projeto bem conseguido que nos transporta para os bastidores (algo exagerados e ficionalizados como já veremos) de uma história pouco conhecida da Guerra Fria e do Mundo dos Videojogos, história esta repleta de jogadas de bastidores, conspirações, traições, manipulações, interferências políticas, manipulações e movimentos capitalistas que acabaram por fazer do Tetris uma lucrativa invenção.
Embora seja um drama competente que retrata o espírito da complexidade e da grande confusão que pautou a luta pelos direitos de distribuição de Tetris, certo é que este não é um filme 100% correto do ponto de vista histórico. Os seus próprios criadores admitiram que muito do que é representado é uma ficção inspirada nos eventos reais mais críticos e,claro, muito do que é retratado foi exagerado para efeitos dramáticos. Mas os pilares da história são reais e, como já se referiu, o grande espírito de conspiração, traição e complexidade política também o são. É verdade que toda a história real é bem menos emocionante e muito mais técnica, mas todo o drama político e negocial manteve-se fiel ao vivenciado pelos reais intervenientes, já todas as sequências que parecem saídas de um filme de espionagem foram, claramente, alvo de exagero dramático.
Sendo assim, "Tetris" não será bem aquele retrato fidedigno e quase documental que se poderia esperar mas é, no entanto, um filme com boas valências que retrata o espírito da história real e que nos faz querer descobrir mais sobre tudo o que envolveu este jogo. E neste capítulo importa acrescentar uma história que não é abordada pelo filme mas que, quem sabe, poderá render um filme em breve. Uns anos após os eventos retratados no filme, Vladimir Pokhilko, o criador do videojogo, foi encontrado morto ao lado da mulher, Elena Fedotova, e do filho, Peter numa residência em Palo Alto, no coração do Silicon Valley, na Califórnia, em 1998.  Inicialmente pareceu tratar-se de um duplo homicídio seguido de suicídio. Mas investigação inicial liderada pela detetive da polícia de Palo Alto, Sandra Brown, rapidamente sentiu que, ao ver a cena do crime e as provas, algo não batia certo. Os padrões de manchas de sangue não eram consistentes e havia dois martelos como possíveis armas do crime. Tudo parecia encenado. E a entrada em cena do FBI no caso deixou Sandra ainda mais desconfiada de que havia elementos mais sombrios neste caso com possíveis laços à máfia russa. Será esta a sequela de "Tetris"? Fica a dica Apple....


Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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