Longe dos luxos e orçamentos milionários das outras três entregas cinematográficas "Hellboy", "Hellboy e o Homem Torto", realizado por Brian Taylor, assume-se claramente como um projeto indie que tenta revitalizar a presença de Hellboy no grande ecrã, numa produção que mistura elementos de terror, ação e aventura, mas, lá está, com um orçamento claramente limitado que acaba por prejudicar a percepção do público, já que o baixo orçamento é evidente e afeta, sobretudo, a área dos efeitos especiais, guarda roupa, caracterização e cenários que, como se sabe, eram das áreas mais polidas das primeiras entregas.
A história deste capítulo (sem relação com as três obras anteriores, mas fiel à banda desenhada) leva-nos aos Apalaches rurais dos anos 50, onde Hellboy e a sua parceira novata, Bobbie, enfrentam uma comunidade assombrada por bruxas e liderada por um demónio sinistro. Embora com boas intenções e com uma clara intenção de se aproximar à banda desenhada, "Hellboy e o Homem Torto" não é, de facto, um filme memorável. À medida que o enredo avança, especialmente quando o vilão assume maior protagonismo, o filme acaba por perder um pouco da sua identidade trash e, assim, o que poderia ser uma celebração do estilo indie e trash acaba por se transformar numa narrativa mais contida e séria, que tenta ser algo que está além das suas capacidades. Esta mudança de tom na segunda metade do filme diminui o impacto das suas melhores qualidades, tornando-o menos divertido e mais pretensioso.
É certo que "Hellboy e o Homem Torto" começa com uma promessa de se divertir com as suas próprias falhas e limitações, mas rapidamente se desvia desse caminho, optando por uma abordagem mais séria que acaba por comprometer o seu potencial. O que poderia ter sido uma celebração do estilo camp acaba por se tornar numa experiência irregular, que não consegue atingir o equilíbrio certo entre o terror e a diversão despreocupada.
Classificação - 2 Estrelas em 5
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