Crítica - Planes (2013)

Realizado por Klay Hall
Com Carlos Alazraqui, Val Kilmer, Dane Cook 

Os planos iniciais da DisneyToon Studios, da Pixar Animation (Via John Lasseter) e da Walt Disney Pictures passavam por lançar esta spin-off de “Cars” diretamente no competitivo mercado de vídeo, mas os seus respetivos executivos acabaram por mudar repentinamente de ideias e decidiram lançar “Planes” nas salas de cinema em todo o mundo. Esta decisão faz todo o sentido do ponto de vista financeiro, mas será que “Planes” tem valor suficiente para ser exibido no circuito comercial? É claro que tem, porque embora seja um dos projetos mais fracos de sempre a ser lançado pela Walt Disney nas salas de cinema, consegue ainda assim ser muito superior a alguns filmes animados que passaram nos últimos anos pelos cinemas nacionais e norte-americanos, como por exemplo o medíocre "The Prodigies" (2011), que curiosamente estreou em Portugal no mesmo dia que “Planes”. 

   

À semelhança do igualmente mediano “Cars 2”, “Planes” apresenta uma componente visual muito atrativa que evidencia o selo gráfico de qualidade da Walt Disney (Casa Mãe da Pixar e da DisneyToon) mas, infelizmente, esta sua competente vertente estética é acompanhada por um guião muito pouco empolgante e sem grande imaginação, que repete os mesmos estereótipos de "Cars" à medida que explora a indolente aventura de Dusty, uma pequena avioneta que sonha em entrar na corrida área mais famosa do mundo, mas esta sua ambição poderá esbarrar no seu medo das alturas, que acaba por ser muito problemático para um avião com os seus sonhos. Esta incompreensível discrepância entre os níveis do argumento e da componente técnica é bastante problemática mas, por incrível que pareça, não é propriamente um problema novo para esta saga, porque “Cars 2” também já tinha evidenciado (embora de forma mais ténue) os mesmos problemas mas, pelos vistos, os responsáveis da Walt Disney não se aperceberam ou não se quiseram preocupar com esta grave falha e acabaram por permitir que “Planes” seguisse o mesmo caminho problemático de “Cars 2”, cuja história também foi criada por John Lasseter, que também assina o guião desta spin-off que, tal como a sequela de “Cars”, não presta quase nenhuma atenção aos pormenores narrativos e aos aspetos cómicos do guião, nem se preocupa em fortalecer a parte mais emotiva e dramática da sua história, que está presa a uma fórmula gasta sem grandes chances de salvação. É por isso que a jornada de superação e descoberta pessoal de Dusty é leviana e emocionalmente estéril, estando também algo desprovida de agradáveis momentos de comédia que consigam entreter os mais velhos. O próprio espírito de aventura que marcou as tramas de “Cars” e “Cars 2” também não se faz notar nesta spin-off, que aposta numa história muito mais seca e escassa em sequências de ação, adrenalina e aventura. Embora seja uma evidente spin-off de “Cars”, “Planes” conseguiu pegar na já gasta formula da saga e deu-lhe um toque ainda mais negativo e exageradamente enfadonho e negativo que só retira credibilidade ao franchise e ao próprio estúdio, que já tinha tido com “Cars 2” uma péssima experiência junto do público e da crítica especializada. A única coisa que ainda se salva em “Planes” é o seu potencial comercial, porque afinal de contas estamos perante um filme da toda poderosa Walt Disney Pictures que deverá levar muita gente às salas de cinema que, infelizmente, não encontrarão nesta spin-off uma obra prolifera em bons momentos de aventura e comédia, tanto para crianças como para adultos. 

 Classificação – 2 Estrelas em 5

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