Pérolas Indie - Danny Collins (2015)

 
Realizado por Dan Fogelman
Com Al Pacino, Chrisopher Plummer, Annete Bening
Género - Comédia

Sinopse - Ainda a viver o sucesso dos seus êxitos passados, o cantor Danny Collins (Al Pacino) aparenta ter tudo – dinheiro, fama, uma noiva jovem e concertos cheios de fãs que o adoram. Mas, os anos de vida dura, relações falhadas e concertos em que cantou sempre as mesmas músicas, noite após noite, começam a deixar marca no roqueiro que, em tempos, foi um aventureiro. Por isso, quando o seumanager de longa data (Christopher Plummer) lhe mostra uma carta que ele nunca recebeu e que lhe tinha sido endereçada 40 anos antes por John Lennon, Dannydecide acatar o conselho do seu ídolo e seguir o seu coração. Ele cancela a digressão já esgotada e aloja-se num hotel de uma pequena cidade de Nova Jérsia, para tentar redescobrir o seu amor pela música e a família que abandonou no percurso para o estrelato.

Crítica - É uma espécie de comédia dramática bastante simples, mas apesar da sua inerente simplicidade e previsibilidade ou da presença de inúmeros clichés acaba por se revelar um filme agradavelmente eficaz que nos brinda com um conjunto de diversão e drama pouco surpreendente mas muito competente. Livremente baseado numa história real, "Danny Collins" é, para todos os efeitos práticos, um filme sobre a redenção humana que tem como protagonista um cantor envelhecido que, perante uma mensagem do passado, entra em colapso emocional e desenvolve uma inesperada crise de consciência que o leva a procurar o filho que nunca conheceu para assim tentar dar algum significado a uma vida muitas vezes pautada por excessos. Esta história de redenção está longe de ser inovadora e, embora tenha mais pontos medianos que altos, tem ainda assim uma piada muito própria e ligeira sem grandes excessos, bem como um nível de emoção nada complexo mas ainda assim muito digno para um filme adulto com boas intenções. Esta combinação resulta, apesar de nenhum dos pontos ser perfeito, porque confere uma leveza inteligente e agradável a uma história que, efetivamente, precisa de muito pouco para entreter e divertir o público. É certo que "Danny Collins" é um filme leve e divertido, mas o que realmente sobressai nesta produção e o que realmente lhe confere uma qualidade significativa é a presença de Al Pacino, que regressa com esta interpretação de Danny Collins às grandes prestações cinematográficas, quase treze anos após a sua enorme prestação no thriller "Insomnia" (2002). Este regresso às boas prestações deve ser louvado, porque é sempre muito reconfortante ver um grande ator como Al Pacino mostrar toda a sua qualidade artística no grande ecrã e elevar assim um filme para outras dimensões de exigência e imaginação. A sua performance está longe de ser memorável, mas é ainda assim muito competente e consegue provar que Pacino ainda tem muito para dar a Hollywood se resistir à tentação de protagonizar filmes menos bem conseguidos que não merecem a honra da sua presença. Há muito vigor e qualidade na prestação de Pacino, que assim domina por completo o filme e confere à sua personagem uma curiosidade e diversão extra que beneficia esta obra, mas alguns dos seus companheiros de elenco, como Annette Bening, Bobby Cannavale e Christopher Plummer, também ajudam à festa e conseguem abrilhantar um pouco esta dramédia competente que, sem deslumbrar ou maravilhar, consegue entreter com a sua leve combinação de humor e emoção que tem como principal interlocutor um Al Pacino que, para gáudio de todos os seus fãs, apresenta aqui o nível de qualidade a que nos habitou em outros tempos.

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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