Crítica - Slender Man (2018)

Realizado por Sylvain White
Com Joey King, Julia Goldani-Telles, Jaz Sinclair

A lenda de Slender Man nasceu em 2009 e, ao contrário de outras lendas urbanas, neste caso sabemos como tudo começou! O mito nasceu com Victor Surge, pseudónimo do fotografo Eric Knudsen que, em Junho de 2009, submeteu a um concurso de edição de imagens assustadoras uma assustadora foto montagem que viria a lançar um dos mitos urbanos mais populares dos últimos anos.
Embora baseado num conjunto de mitos urbanos ancestrais originários da Europa, a lenda do Slender Man foi ganhando contornos particulares e originais à medida que a fotografia de Knudsen foi viralizando na internet! Foi já em 2010 que Slender Man chegou pela primeira vez às notícias e, a partir daí, a lenda ganhou um impacto mundial que, desde então, nunca parou de crescer. A lenda serviu de inspiração a séries, filmes, documentários e, claro está, um videojogo que se tornou rapidamente num sucesso! O facto de Slender Man ser, na sua essência, uma criação da internet tornou-o imensamente popular e, por ter estas características jurídicas de criação, não há direitos de autor sobre a personagem ou sobre a sua história, pelo que qualquer um pode usá-la de livre vontade.
Mas este mito urbano não é, de todo inócuo. Embora se saiba qual a sua origem e que é um dos mitos mais fáceis de desmistificar, Slender Man ainda promove muitos calafrios e, infelizmente, já há casos reais de pessoas que se aproveitaram deste mito para cometer crimes e rituais bem reais. Um dos casos mais macabros e famosos é o de duas jovens americanas que levaram para um bosque uma criança e tentaram matá-la para apaziguar a ira do Slender Man. Felizmente a criança sobreviveu! Tais casos só ajudaram a alimentar a lenda e Slender Man e, claro está, era só uma questão de tempo até que Hollywood apostasse numa grande produção sobe este mito. 




Chegamos então a 2018 e à estreia de “Slender Man”, o grande blockbuster que, de uma vez por todas, vem colocar o mito no mainstream. Infelizmente não se pode dizer que a Sony Pictures tenha aqui um filme à medida do peso da popularidade da lenda em que se baseia! Embora graficamente tenha os seus pontos positivos, “Slender Man” perde com um péssimo argumento todo o crédito que poderia conquistar com o peso da lenda ou até com os seus gráficos. 
A sua trama explora o pesadelo em que quatro jovens mergulham quando, por brincadeira, decidem invocar o Slender Man e este começa a persegui-las. Tal intriga é desenvolvida de uma forma lenta e aborrecida, mas também de uma forma muito pouco criativa. Em vez de inovar e modernizar a Lenda de Slender Man, os responsáveis por esta obra acabaram por seguir o caminho oposto, ou seja, o caminho mais fácil. No final entregaram uma história previsível que não consegue jogar positivamente com a temática psicológica e paranormal da lenda. Embora a base seja diferente, o resultado final é semelhante a tantos outros filmes de terror abaixo da média que vemos por aí. 
O que também o afetou foi o facto de ser um filme PG13, ou seja, um filme com tão reduzidas doses de terror, ação e violência que pode até ser visto por crianças. É claro que a Sony optou por esta escolha para tentar que o filme seja visto pelo maior número de pessoas, mas foi uma escolha errada porque tudo e todos pediam um filme mais adulto e violento. Não é isso que acontece. É por ser tão mole e inocente que “Slender Man” acaba mesmo por perder, desde o início, grande parte do seu brilho e valor. O que poderia ser um grande filme de terror capaz de fazer justiça à lenda urbana, acaba por tudo isto por fracassar em larga escala. 

Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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