Crítica - Reign Over Me (2007)

Realizado por Mike Binder
Com Adam Sandler, Don Cheadle, Liv Tyler, Jada Pinkett Smith, Saffron Burrows


Premissa: Um reputado dentista (Don Cheadle) inquietado pela falta de amizade e fulgor na sua vida e um antigo colega de faculdade (Adam Sandler), que perdeu a família nos atentados do 11 de Setembro, reencontram-se após muitos anos. Apesar da estranheza inicial e das dissemelhanças evidentes para com o passado, o seu reencontro transforma-se numa corda salva vidas para ambos, que necessitam de um amigo neste momento angustiante e crucial das suas vidas.

Análise: Olhando para a premissa juntamente com o actor que salta à vista do mero espectador – Adam Sandler – este filme poderia rápida e meramente prospectar-se lamechas e cliché. Devo confessar que, apesar do elenco contar um dos mais versáteis, seguros e geniais actores americanos do momento – Don Chedle –, eu era um desses cépticos. No entanto, o desenrolar da premissa, contrariamente ao que esperava, juntamente com um conjunto de factores bem conjugados revelou este um dos melhores retratos pos-11 de Setembro até hoje alguma vez já feito. Esses factores, que são os fundamentais na criação de qualquer obra cinematográfica, criam de facto uma obra simpática e a ser levada em conta.
Passemos então a analisar esses factores, começando pelo que na minha perspectiva foi o fundamental – o argumento. O simples facto de o argumentista conseguir pegar numa sinopse de telenovela e a transformar subtil e astutamente numa intriga dramática equilibrada, sentimental e cómica, por si só, já tornam o seu trabalho laudável. Sem falsos moralismos e lamechices características de algumas produções hollywoodescas, o filme consegue atingir o pretendido e fá-lo muito bem. O papel da música – não como linha condutora como acontece, por exemplo, em High fidelity, mas como influência directa na vida do personagem; a bipolaridade, ainda que por vezes insegura, conseguida pelo actor principal; o consistente trabalho de Don Cheadle, a direcção eficaz e desprovida de artifícios do realizador e o argumento já referido conseguem criar habilidosamente momentos, e uma consequente obra que transporta os espectadores, quase que sem intenção, do mais profundo sentimento lacrimoso de angustia vivido pelos personagens – especialmente o principal – até à comedia de embaraço e negra pretendida. No fim, "Reign Over Me" acabou por ser o oposto do inicialmente previsto. Um filme simples que lida de forma impressionante com temas frágeis e difíceis como a morte e as relações de afecto humanas.

Classificação -4 Estrelas Em 5

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8 Comentários

  1. Ainda não vi o filme, mas pretendo faze-lo logo que possa, pois tenho vontade de ver o Adam Sandler num registo diferente do que estou habituado a vê-lo normalmente.
    Sinceramente não acho piada nenhuma aos filmes de comédia em que ele participa, por isso sempre quero ver se como ele se sai neste tipo de filmes. Quanto à critica, gostei bastante e espero voltar a ver mais criticas do David M.F.

    Hugo Macedo

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  2. O filme tá mt giro sim senhor

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  3. Nunca tinha ouvido falar do filme

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  4. Filme horrível, péssima atuação de Adam Sandler.
    Pensei que iria assistir algo do naipe de Drunk Love e me decepcionei terrivelmente.
    Quem aprecia e conhece boas atuações não aposta um níquel furado nesse pastelão que mais me parece Rain Man - versão 11/09. A inspiração de Sandler foi aquele retardado de "Quem vai ficar com Mary?".
    Na vida real, não consigo entender como que um trauma ou bloqueio emocional pode causar retardamento mental. Simplesmente equivocado.

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  5. Ah, Drunk love é "Embriagado de Amor" - ótimo filme, boa atuação de Sandler. Outra coisa, por qual motivo nesse blog não se escrevem TAMBÉM os títulos em português ?

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  6. Não colocamos os títulos em portugues pk este blog é visitado por diversas pessoas de diversas nacionalidades, os filmes têm um título diferente em cada país logo se colocarmos o título dado em Portugal (que por vezes não tem muito sentido) pode confundir os leitores, os títulos em ingles como são os mais utilizados ou em maior parte dos casos os originais, torna menos possivel a confusão de filmes.

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  7. Adorei o filme. Acho que a musica dos Pearl Jam ficou fabulosa e termina em apoteose um filme que de uma forma tão simples fala de coisas tão duras, como é um sofrimento daquela dimensão e de coisas tão raras como a capacidade de um homem ver para além da figura que tem à sua frente! 5 Estrelas!

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  8. Acabei de ver o filme na HBO no Brasil. O "anônimo" que comenta sobre o retardo mental causado pelo estresse é no mínimo ingênuo. O personagem não ficou retardado, ele se fechou tentando controlar o que iria atingi-lo.
    Antes de criticar com tanta rudez, pense, enxerar os fatos e idéias por mais de um angulo é ssdio e inteligente.

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