Crítica - 27 Dresses (2008)

Realizado por Anne Fletcher
Com Katherine Heigl, James Marsden, Malin Akerman, Judy Greer

A comédia “27 Dresses” é o mais recente trabalho de Aline Brosh McKenna (Guionista), que no passado nos presenteou com a refrescante comédia dramática “The Devil Wears Prada”. Esperava-se portanto que esta sua nova obra viesse dar às comédias românticas um novo fôlego que ajudasse a esquecer os recentes desastres cinematográficos do género. Infelizmente, “27 Dresses” revela-se uma enorme desilusão, ficando bastante aquém das expectativas. Estamos perante uma comédia simples e aborrecida, fruto de um argumento pouco imaginativo que repete erros crassos do género. A sua história fala-nos de Jane (Katherine Heigl), uma nova-iorquina romântica, idealista, altruísta e alegremente condenada à posição de dama de honra dos casamentos das suas amigas. Contudo, Jane não se encontra imune ao amor, tendo uma paixão secreta pelo seu chefe (Edward Burns)mas ela tem medo de declarar o seu amor por ele com medo de ser rejeitada. Um dia, chega à cidade a irmã mais nova de Jane (Malin Akerman), uma jovem segura de si própria que não tem medo de arriscar a sua sorte no amor, como tal consegue roubar o coração da paixão da sua irmã. Devastada por este acontecimento, Jane imagina-se mais uma vez a usar o vestido de dama de honra e não o de noiva. Para complicar ainda mais as coisas, o repórter Kevin (James Marsden) aparece na sua vida. Ele mostra-se bastante interessado na história de vida de Jane, achando que esta dará um excelente artigo.


Para o fracasso de “27 Dresses” como filme de qualidade aceitável contribuíram essencialmente dois aspectos fundamentais: a realização e o argumento. Por um lado, a realização inexperiente de Anne Fletcher não ofereceu nada de inovador nem de interessante à história. Fletcher cometeu os mesmos erros que os realizadores de comédias românticas cometeram recentemente, ou seja, não impingiu à história um traço mais pessoal ou mais dinâmico, fazendo desta uma obra sem identidade que dificilmente se destaca de outras obras do género. Quando o argumento não tem qualidade suficiente cabe ao realizador fazer com que a história resulte, criando formas originais e inovadoras que retratem na perfeição a história proposta. Flecher não soube fazer isso e o resultado está à vista. O argumento de Aline Brosh McKenna é exactamente o oposto do seu trabalho mais conceituado, “The Devil Wears Prada”. Com “27 Dresses” McKenna jogou pelo seguro, juntando a uma história já muito vista um ou outro pormenor diferencial o que se tornou insuficiente para apagar a falta de originalidade e a previsibilidade da história. O argumento aparece-nos ainda carregado dos típicos clichés do género que teimosamente continuam a aparecer. O primeiro passo para criar uma história de qualidade para o género seria tentar eliminar ao máximo essas constantes “repetições”.


O elenco é liderado pela bela Katherine Heigl, que despe a bata da Dra. Izzy da série “Greys Anatomy” para encarnar a romântica incurável Jane. A actriz apresenta-nos um trabalho razoável mas bastante longe da qualidade apresentada na série televisiva. É certo que a forma como a sua personagem foi construída em nada ajudou o seu trabalho, contudo esperava um pouco mais de Katherine, que já deu provas de ser uma grande actriz. Heigl acaba no fundo por ser o grande chamariz do filme e a principal estrela do elenco, ou não tivesse sido recentemente considerada a mulher mais desejada do Mundo. “27 Dresses” é mais um produto vazio e repetitivo de Hollywood, uma comédia romântica que prometia salvar o género mas que acaba por ser mais um filme a acentuar a crise de ideias nesse meio.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

Enviar um comentário

1 Comentários

  1. Qualquer filme que meta casamentos e relacionamentos degradantes não serve para mim.

    ResponderEliminar

//]]>