Crítica - O Orfanato (2007)

Realizado por Juan Antonio Bayona
Com Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera

Este assustador “O Orfanato” é uma obra de terror bastante competente e repleta de intensidade e profundidade. Inspirado em alguns dos maiores clássicos do género, o filme ostenta um argumento criativo e intenso que +e acompanhado por uma boa realização de um cineasta pouco conhecido, mas apadrinhado pelo famoso Guillermo del Toro. O filme centra a sua história em Laura, uma órfã que viveu os anos mais felizes da sua infância num orfanato à beira mar, onde foi acarinhada pelos responsáveis e pelos seus companheiros órfãos, que amava como irmãos e irmãs. Trinta anos depois, ela regressa com o seu marido, Carlos, e como seu filho, Simon, ao local que tornou a sua infância uma boa recordação, tendo o sonho de recuperar e reabrir o agora abandonado orfanato para que este possa oferecer a outras crianças um lar e um porto de abrigo. O novo lar e a sua envolvente misteriosa despertam a imaginação de Simon, e o rapaz começa a contar um emaranhado de histórias fantásticas e de jogos não tão inocentes. Este enredo de histórias começa a perturbar Laura, levando-a para o estranho universo da criança e fazendo-lhe recordar várias memórias extremamente inquietantes da sua própria infância. À medida que o dia da inauguração se aproxima, a tensão na família aumenta. Carlos permanece céptico, acreditando que Simon está a inventar tudo numa tentativa desesperada por atenção, mas Laura, a pouco e pouco, convence-se de que algo terrível, há muito escondido, está à espreita nesta velha casa e à espera de atacar a sua família e todos os hospedes que nela se aventurem.
Este filme é uma produção mista entre o México e Espanha, duas culturas com bastante tradição em filmes de terror e histórias/lendas de grande intensidade. O facto de esta obra não ter tido demasiado “toque americano” impediu o aparecimento de certos e determinados clichés do género, assim temos uma obra coesa e inovadora do princípio ao fim que nos apresenta um terror psicológico pouco visto mas extremamente apelativo. Existem algumas cenas de grande qualidade, captadas por um excelente trabalho de câmara que só beneficia o desenrolar da história e alimenta na perfeição o medo e o suspence, criado através de um mistério enigmático, aparições de fantasmas e a perfeita criação de uma linha ténue que separa a imaginação da realidade.
O final é surpreendente, sem querer revelá-lo, digo apenas que este é ligeiramente parecido com o de “The Others” se bem que “O Orfanato” é uma obra muito mais consistente do que a obra interpretada por Nicole Kidman. Ambos focam o paranormal e a forte ligação entre progenitor e cria, mas divergem na forma como o abordam. “O Orfanato” mete medo, “The Others” não. Na minha opinião, o elenco está muito bem, especialmente Belén Rueda, um bom exemplo de uma excelente actriz latina que interpreta a personagem principal. A sua Laura é bastante convincente e fantástica na mostra e controle das emoções. Em suma, “O Orfanato” é um bom filme de terror realizado por Juan Antonio Bayona, mas que também conta com alguma influência de Guillermo del Toro. Com um bom elenco, uma boa realização mas sobretudo um excelente argumento, “O Orfanato” convence e faz-nos desejar por outras obras latinas de terror, afinal “REC” não foi a única grande obra hispânica deste género.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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5 Comentários

  1. Que texto lindo esse. Estou vendo o filme nesse momento e sua crítica ne fez ter mais vontade ainda de assistir.

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  2. Péssimo filme. Só uma pessoa com algum déficit intelectual irá apreciar.

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  3. Vi o filme. Costumo ver filmes de terror e nunca me costumo assustar mas com este andei com pesadelos durante um mês. Não tenciono ver nunca mais... O mais assustador que já vi.

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