Crítica - The Phantom of the Opera (2004)

Realizado por Joel Shumacher
Com Emmy Rossum, Gerard Butler, Patrick Wilson

Quer se goste quer não se goste de musicais não podemos deixar de admitir que estes, nas adaptações à grande tela, se tornam na maioria das vezes verdadeiros clássicos do cinema. Este filme é a versão cinematográfica da adaptação à Broadway de Lloyd Weber da novela do início do século, adaptação essa que conseguiu a proeza de se manter em cena desde a estreia, em 1986, até aos nossos dias.
Poético, trágico, de um horror gótico, o enredo conta a história de uma bailarina da ópera, Christine (Emmy Rossum) que, órfã de pai, julga ser visitada pelo Anjo da Música enviado por este. Quando revela os seus dotes vocais na ópera, o Fantasma (Gerard Butler ) que assombra misteriosamente o edifício e chantageia os proprietários, tenta seduzi-la, fazendo-se passar pelo Anjo da Música. Rapta-a e leva-a até às profundezas do edifício onde habita num misterioso altar da música. Só que Christine, embora sensível ao sofrimento do seu protector, ama Raoul (Patrick Wilson) que, depois de saber o que se passara decide defender a sua dama até às últimas consequências. Vingativo, o Fantasma comete crimes sobre crimes e continua a chantagear toda a companhia de forma a transformar Christine na prima-dona da mesma e a receber os privilégios que sempre manteve. Depois de revelada a identidade desta desfigurada criatura e a razão porque vive em tais condições, Raoul decide resgatar a sua amada confrontando pela última vez o seu rival. Vendo-se desmascarado, prestes a ser preso e consciente de que o que Christine sente por ele é apenas piedade e não o amor que tão brutalmente lhe procurou desperta, liberta o casal e e desaparece para sempre.
Shumacher consegue, com esta versão, transpor para a grande tela a energia própria do palco aliando-a à versatilidade que os inesgotáveis recursos do cinema lhe permitem. Cenas apoteóticas no edifício da ópera, cenários aterradores nos seus subterrâneos, um guarda-roupa estonteante e uma fotografia à altura ilustram de forma fantástica a parte vocal que é, essa sim, a estrela do filme. A juventude de Emmy Rossum, tinha apenas dezassete anos na altura, dão-lhe a candura necessária à personagem que gradualmente passa de uma jovem pura a uma mulher que deseja. Butler e Wilson rivalizaram não só pelo amor de Christine mas também pela capacidade de seduzir as espectadoras e, curiosamente, é a figura sensual e trágica que Butler conseguiu construir que maior adesão recebeu do público feminino.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

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2 Comentários

  1. Lembro-me de ter ido ver o filme ao cinema quando estreou em Portugal e lembro-me de o ter recentemente visto na SIC, é um bom musical com cenas ora cheias de energia ora cheias de dramatismo. As preformances também são muito boas em especial a de Gerard Butler, quem diria que viria a dar vida a leonidas em 300.....Emmy Rossum também está muito bem.

    Pegando nestas interpretações, que a nível vocal estão muito boas, acho que de certa forma justifico a crítica que fiz aos protagonistas de Mamma Mia e a sua fraca capacidade vocal...Não fica melhor um musical com boas vozes do que com as vozes roucas e pouco melodicas de Pierce Brosman e C.A?

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  2. Quanto ao Mamma Mia eu acho que a ideia era mesmo deixar o ar de canastrões. O público aderiu e reviu-se nos hippies reciclados, nas acantigas mal cantadas.

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