Crítica - Confessions of a Shopaholic (2009)

Realizado por P.J. Hogan
Com Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter

Um dos maiores problemas da nossa sociedade capitalista é o consumismo exacerbado de certos indivíduos que não têm possibilidades financeiras de cobrir os seus enormes gastos, Esta séria e complicada problemática é retratada com alguma ambiguidade na série literária “Shopaholic”, um conjunto de livros que relatam, com algum romance e humor à mistura, as aventuras de uma viciada em compras. “Confessions of a Shopaholic” é a primeira adaptação cinematográfica desse produto literário que, nos últimos tempos, alcançou um enorme sucesso comercial junto do publico feminino. A história do filme centra-se em Becky Bloomwood (Isla Fisher), uma viciada em compras e louca por moda que sonha trabalhar numa revista da especialidade, no entanto, o seu descontrolado vício por compras, obriga-a a arranjar um emprego menos interessante para sustentar os seus vícios consumistas. Através de uma grande ironia do destino, Becky acaba por ir trabalhar para uma revista de economia que ataca todos os seus princípios financeiros e hábitos descontrolados.
Através de uma abordagem supérflua e comercial, “Confessions of a Shopaholic” nunca aborda concretamente o problema das dívidas e dos vícios comerciais. Estes servem apenas como pano de fundo para uma típica história de uma comédia romântica, que junta um desenxabido romance a um humor irritante. Ao transformar situações potencialmente dramáticas e problemáticas numa simples brincadeira, “Confessions of a Shopaholic” assume-se como uma piada de muito mau gosto face à recessão mundial que enfrentamos. Esta obra transforma Becky numa vítima do capitalismo e quase que obriga os espectadores a sentirem alguma compaixão por esta invejosa e superficial personagem, que gasta fortunas em roupa mas que foge dos credores que são retratados pelo filme, como os grandes vilões da história. Esta clara despenalização das consequências do consumismo exacerbado retira qualquer sentido e credibilidade a uma história, que nunca pareceu muito interessada em retratar com pormenor e seriedade este assunto, preferindo focar-se inteiramente num romance básico e desleixado.
A banda sonora apresenta algumas sonoridades cativantes de grandes artistas populares da actualidade que certamente agradarão ao público mais jovem, no entanto, este factor técnico de alguma qualidade não basta para salvar esta obra. O seu elenco oferece-nos uma prestação bastante medíocre que foi irremediavelmente prejudicada pela fragilidade da construção das suas personagens. “Confessions of a Shopaholic” oferece-nos um entretenimento vazio e ridículo, que transforma uma problemática bastante séria e actual numa verdadeira comédia de proporções patéticas.

Classificação - 1,5 Estrela Em 5

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4 Comentários

  1. discordo totalmente. é um filme divertidissimo que alcança os objectivos a que se propos: entreter e satirizar de uma maneira hiperbólica os hábitos de consumismo desenfreado que caracteriza o dia-a-dia de muitas pessoas. o filme tem diversas narrativas entrelaçadas, é claramente uma comédia romantica e não faz de todo uma apologia do endividamento como foi sugerido. para além disso, isla fisher construiu uma personagem fabulosa, apostando numa comédia física e com piadas sofisticadas e contemporâneas. o filme quando começou a ser pensado ainda não se tinha entrado nesta crise, por isso claramente o que se quis induzir de forma negativa no filme é totalmente dispensável.
    a mancha cromática do filme é fantástica e todo o filme desenrola-se sob uma narrativa inteligente, sarcástica e de certa forma moralizante. pode não ser um filme para os óscares, mas mau não é de certeza.

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  2. Também discordo. Acha que é ruim, vá fazer melhor!

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  3. Adorei este filme. Penso que retrata da melhor forma a maneira de viver de uma pessoa consumista.

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