Crítica - Terminator Salvation (2009)


Realizado por McG
Com Christian Bale, Sam Worthington, Bryce Dallas Howard, Helena Bonham Carter

Há cerca de 3 décadas atrás surgiu da mente criativa de James Cameron um filme que depressa se tornou um fenómeno de culto mundial. Esse filme foi “The Terminator” e contava-nos a história de Kyle Reese, um soldado que tinha vindo do futuro para salvar Sarah Connor das mãos de uma implacável e determinada máquina exterminadora que tinha como objectivo eliminá-la, para que dessa forma não ocorresse o nascimento do seu filho John Connor – o futuro líder da Resistência contra as terríveis máquinas. O filme foi um sucesso e inevitavelmente surgiu a sequela – “Terminator 2: Judgement Day” – que de uma forma ainda mais madura e com mais qualidade que o original, nos contava como o Dia do Julgamento tinha sido evitado e o futuro sombrio modificado para sempre.
Assim deveria ter acabado a história do exterminador implacável. Mas infelizmente, nestas coisas o dinheiro fala mais alto e os estúdios decidiram reavivar o franchise com um 3º filme algo catastrófico em termos de qualidade cinematográfica, mas que pelo menos abria as portas para aquilo que todos os espectadores queriam ver: a guerra colossal entre humanos e máquinas. Este “Terminator Salvation” era então alvo de grandes expectativas, dada a ansiedade do público em verificar de que forma a épica guerra futurista iria ser retratada e também de que forma as novas tecnologias iriam contribuir para a espectacularidade dos efeitos especiais da película. Infelizmente devo dizer que as expectativas saíram defraudadas e “Terminator Salvation” desilude bastante.
Este é o primeiro filme da saga que aborda os acontecimentos em plena guerra de humanos contra máquinas. Num mundo apocalíptico reduzido a cinzas, John Connor (Bale) esforça-se para assumir o seu papel predestinado de líder da Resistência e levar os escassos sobreviventes humanos à vitória. A tarefa não é fácil, mas um dia a Resistência descobre uma forma de destruir as máquinas de uma vez por todas e John é encarregado de liderar um ataque final contra o núcleo da Skynet. Porém, tudo se complica quando John conhece Marcus (Worthington) – um cyborg (metade humano, metade máquina) – que altera por completo os conhecimentos de John em relação à Skynet e o deixa sempre na dúvida quanto à lealdade desta nova criação. Para além disso, fica a saber que Kyle – o seu futuro pai que terá de ser enviado ao passado para proteger a sua mãe – foi detido pelas máquinas e tem de ser resgatado a todo o custo…


Esperava-se que este filme mostrasse finalmente uma guerra aberta entre humanos e máquinas e desse uma espécie de conclusão à história. Mais uma vez, o dinheiro impera e a necessidade de deixar tudo em aberto para uma sequela faz com que nada disto aconteça e tenhamos mais um jogo do gato e do rato, com a habitual promessa no final de que a guerra ainda está para vir e de que nada está acabado. Para mim já chega. Já estou farto de ouvir este discurso.
“Terminator Salvation” peca acima de tudo por um argumento fraco e mal desenvolvido, que não aproveita o dramatismo da situação e não é capaz de construir personagens mais críveis, profundas e apaixonadas. Tudo se passa de forma algo previsível e a química entre os vários personagens simplesmente não existe. A personagem de Bryce Dallas Howard – a mulher de Connor – aparece num plano completamente secundário e mal aproveitado. Esta actriz merecia um papel mais extenso e importante na história. Quanto a Marcus, nota-se que os argumentistas quiseram trazer algo de novo para a história: um cyborg capaz de lutar contra as máquinas de frente e colocar Connor num constante estado de dúvida. Porém, esta personagem funciona em piloto automático e nunca é capaz de convencer o espectador.
Nota-se que a dinâmica do filme está pouco longe do nível de amador e talvez isso se deva ao facto de um projecto destes estar entregue a um realizador inexperiente como McG. Uma obra tão complexa e tão exigente merecia um outro olhar por parte de um realizador com mais crédito. Apesar de tudo aproveitam-se os efeitos especiais, que apesar de não serem propriamente inovadores, conseguem estar à altura das novas tecnologias. Mas isto é muito pouco para um filme que nunca é capaz de fazer com que o espectador sinta que está no meio de uma guerra nuclear calamitosa. A única coisa que o espectador sente é que as cenas vão passando apenas para passar tempo.
“Terminator Salvation” revela-se assim um filme algo decepcionante, mas que apesar de tudo consegue entreter o espectador com os seus efeitos especiais e acção constante (que é o mínimo que se pede a um filme desta natureza). Por mim, a menos que pensem em alterar drasticamente a fórmula, esta saga acabava já por aqui. Mas como todos sabemos, o mais provável é que eles digam todos “We’ll be back!” e daqui a uns anos nos presenteiem com mais uma decepção. Sem esquecer a promessa de que a verdadeira guerra ainda está para vir!

Classificação - 2,5 Estrelas Em 5

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6 Comentários

  1. Todos os meus receios em relação a este filme, desde que se soube que o realizador iria ser McG, concretizam-se, segundo a tua crítica. Verei o filme com ainda menos expectativas. Pelo trailer dava para ver que nem mesmo com a participação de Christian Bale a coisa iria lá... a ficção e o fantástico são mesmo géneros para chacinar em Hollywood!

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  2. De facto, quando vi McG como realizador também fiquei desconfiado, mas resolvi dar o beneficio da dúvida. Até porque o trailer me conseguiu chamar a atenção, ao ponto de eu ter aqui afirmado que este "Terminator Salvation" poderia ser um dos grandes blockbusters do ano. Bem, estava enganado... Mas a crítica tem estado algo dividida. Há quem não tenha gostado do filme e quem lhe tenha achado piada...

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  3. Quando os padrões são elevados é complicado, mas perfeitamente possível.
    Ora, depois de Terminator II: Judgement Day realizado por um grande mestre em efeitos especiais, James Cameron era difícil fazer um filme melhor, mesmo hoje em dia aqueles valores de produção são difíceis de bater. Contudo, acho que a critica espezinhou este filme, chegando mesmo a dizer que o John Connor interpretado por Nick Stahl em Rise of the Machines é bem melhor que o protagonizado por Christian Bale, não podia discordar mais, o J. Connor é suposto ser um herói, um líder, objectivo, destemido e decisivo, o John Connor de Nick Stahl era irritante, simplesmente. Penso que o filme devia ter mais acção e até um pouco de terror, faltou muita ligação, eu gostava de ver como as máquinas ganhar vantagem sobre os humanos, gostava que este partisse de onde o Terminator III acabou, mas isso já sou eu a desviar-me da critica ao filme.
    Gostei, simplesmente, as personagens têm profundidade, a história é boa, os momentos de acção também, como já disse podia e devia ser muito mais tenso o filme, com combates a cada esquina porque afinal o mundo pertence ás máquinas e "estávamos" a ser caçados á lá Alliens isso sim seria bom, aqueles primeiros momentos do John Connor a entrar por aqueles túneis deixou-me muito contente mas depois apercebi-me que o filme não seria "entrincheirado", sujo, escuro, enfim, podia.

    3,5 Estrelas em 5 - Vejam! Bom filme de acção

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  4. Tipo, eu acho que o filme podia ter sido mais bem trabalhado...
    Eu adorei os T-600, estão espectaculares, mas os Moto-Terminators, Hydrobots e o Harvester já é 1 exagero porque acho que não encaixam muito bem na saga, são mais HK-Aerial, HK-Tanks e Terminators Series.
    Eu gostava que os actores que fizeram de John Connor e a mulhers dele no 3º filme, fossem os mesmos, porque estarem sempre a mudar de actores torna depois os filmes 1 treta.
    O que mais gostava que tivesse acontecido neste filme era ver os humanos contra as Máquina, invadirem o centro onde a Skynet está mesmo instalada.
    Quando apareceu a cena em que o Connor vê o T-800, até parece que não o conheçeu como nos 2 filmes anteriores.
    Se fizerem, e vão fazer o 5º filme, é bom que seja de vez e bem melhor

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  5. Como seguidor de toda la saga Terminator que soy, antes de verla me había dedicado a mirar opiniones siempre había una que prevalecía: Mola, pero no tanto. Bueno. Una vez ya pasada la resaca, puedo decir que la he disfrutado y que perfectamente está a la altura. Cuida bien el clásico, reinventamos una película que ya empezaba a encontrarse muy anticuada y damos una recreación bastante acertada de lo que, a fecha de hoy, tampoco es un futuro tan distante.

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  6. Una vez mas otra secuela totalmente innecesaria... una pena que gasten dinero en este tipo de cintas.

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